CINEMATECA BRASILEIRA FOI CRIADA POR INTELECTUAIS NA DÉCADA
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A Cinemateca é uma das principais preservadoras de filmes do mundo e detentora de um dos maiores acervos audiovisuais da América Latina. Conserva cerca de 130 mil latas de filme, contendo 50 mil títulos de produção nacional e estrangeira, além de uma coleção de vídeo e 150 mil documentos, como roteiros originais, livros, revistas, fotos e cartazes de cinema. É detentora da coleção de imagens da extinta TV Tupi.
A entidade foi criada em 1949, com o nome de Filmoteca do Museu de Arte de São Paulo, pelos intelectuais Paulo Emílio Salles Gomes, Francisco de Almeida Salles, Décio de Almeida Prado e Antonio Candido de Mello e Souza. Desde então, é membro efetivo da Fédération Internacionale de Archives du Film, uma das mais prestigiosas entidades de conservação e difusão audiovisual do mundo.
Embora enfrentando dificuldades econômicas ao longo de cinco décadas, o trabalho da Cinemateca se impôs ao reconhecimento nacional e internacional. A instituição foi incorporada ao governo federal em fevereiro de 1984, mantendo sua autonomia administrativa. A Cinemateca Brasileira, além de possuir um acervo de imagens em movimento e um centro de documentação, é um pólo de informações e de difusão da cultura cinematográfica, sendo suas principais finalidades:
- a restauração e a preservação da produção
cinematográfica nacional em seu conjunto, com especial ênfase
na conservação dos registros de imagens em movimento produzidos
contemporaneamente; - a documentação, a pesquisa e a difusão
do cinema em todas as suas manifestações.
SOCIEDADE AMIGOS DA CINEMATECA TEM HISTÓRICO DE COOPERAÇÃO E LUTA PELO CINEMA BRASILEIRO
A Sociedade Amigos da Cinemateca é presidida atualmente por Cosette Alves
Em 1997, Cosette Alves assumiu a presidência da SAC com o objetivo de conduzir a Cinemateca Brasileira à condição de maior pólo de difusão e preservação cinematográfica do país. A construção da Sala Cinemateca, do Arquivo Climatizado de Matrizes e de um salão para eventos são os primeiros frutos deste trabalho. “A história do cinema brasileiro, apesar de percalços e crises, é a história de uma grande arte. Temos uma cinematografia que pode ser colocada ao lado das mais importantes do mundo, sem ficar devendo nada a ninguém. Com todas as dificuldades econômicas que enfrentam produtores e realizadores brasileiros, construímos a visão cinematográfica de nosso país”, afirma Cosette Alves, presidente da Sociedade Amigos da Cinemateca. A Sala Cinemateca passou a funcionar, a partir de 5 de novembro de 1997, na sede própria da Cinemateca Brasileira, no largo Senador Raul Cardoso, na Vila Clementino, com 110 lugares e novos equipamentos de projeção e som, proporcionando uma projeção de qualidade técnica invejável. A SAC vem continuadamente prestando apoio operacional a projetos especiais nas áreas de difusão cultural e preservação do acervo, além de organizar eventos com exibição de filmes e debates para o público paulistano.
HISTÓRICO - A conhecida luta para obtenção de recursos para alcançar as finalidades da então Fundação Cinemateca Brasileira fez surgir, em julho de 1962, a Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC), inicialmente instalada em uma pequena sala do Cine Belas Artes. Personalidades da vida paulistana, como Francisco Luiz de Almeida Salles, Flávio Rangel, Roberto de Abreu Sodré, Oswaldo Massaini, Romeu Midlin, Dante Ancona Lopes, Rudá de Andrade e Jean Claude Bernadet, criaram um movimento que, ao longo de quase quinze anos, aglutinou mais de dois mil sócios e possibilitou ao público ter acesso a filmes e cinematografia inexplorados pelo circuito comercial. Até 1975, quando paralisou suas atividades, a Sociedade Amigos da Cinemateca realizava suas projeções no Museu de Arte de São Paulo (MASP), então localizado na rua Sete de Abril, e em cinemas comerciais de São Paulo (Cine Coral, Cine Picolino e Cine Belas Artes). Com a inauguração da Sala Cinemateca, na rua Fradique Coutinho, pode a SAC dar continuidade ao apoio prestado à Cinemateca em seu trabalho de difusão.