Processo de realocação dos rolos permitirá que a Cinemateca Brasileira fizesse uma reavaliação das condições de conservação do acervo
O novo Arquivo Climatizado de Matrizes vai garantir a cerca de 100 mil rolos de filme do acervo da Cinemateca Brasileira uma vida útil de 300 anos, pelo menos. Nas atuais condições de armazenamento, os filmes durariam apenas mais dez anos. A conclusão é de Carlos Roberto de Souza, curador do acervo e especialista em conservação de filmes.
Para garantir a conservação adequada, os rolos devem estar acondicionados em temperaturas que variam de 10ºC, para filmes coloridos, a 16ºC, para filmes em preto e branco. A umidade relativa do ar deve ficar em 30%. O depósito tem dois andares e conta com quatro câmaras de armazenamento, duas para filmes coloridos e duas para filmes em preto e branco.
O tamanho das prateleiras e a forma de armazenamento dos rolos foram desenhadas especificamente para a Cinemateca Brasileira pelo curador da Cinemateca da República Tcheca, Vladimir Opela, um dos mais antigos diretores de arquivos cinematográficos do mundo. A intenção de Opela foi otimizar o espaço do arquivo sem causar prejuízos para os filmes.
Além da transferência de arquivo, o acervo da Cinemateca está passando por um processo de recondicionamento e reavaliação. Os rolos estão sendo transferidos de latas para estojos de polietileno, com plásticos doados pela Ipiranga. O polietileno não interage com o material cinematográfico, o que aumenta a durabilidade dos filmes. Cerca de 45 mil novas embalagens foram preparadas pelo SENAI-Escola Mário Amato especialmente para a Cinemateca. Durante o processo de realocação, está sendo realizada uma reavaliação das condições dos filmes para o banco de dados da Cinemateca Brasileira.