Desatinos em nome da Democracia
Acordei com a sensação de dor enorme e agonia desesperada diante de toda a barbárie que está acontecendo no mundo, mais precisamente o chamado primeiro mundo contra os iraquianos, a quem julgam detentores de violência e portes de armas.
Bush e seus aliados dominaram aquele país e há humilhações, maltratos, indignidades contra a condição mais legítima do ser humano. O mundo inteiro vê o espetáculo torturante de ações que massacram as pessoas e que nem um animal bravio é capaz de praticar ou aceitar que isso se faça. Com o pretexto de por ordem, de instalar a democracia, promovem no planeta inteiro o espetáculo tétrico que estamos vendo.
Desejo cantar meus poemas mas meu coração está envolvido pela angústia, dominado ao ver a falta de respeito aos direitos humanos que deveria vigorar tudo que acontece entre pessoas que tinham obrigação de ser racionais e não feras sangrentas.
E nos perguntamos como alguém em nome da democracia, pode resolver promover esse show de maldades, perversidades e crueldades não admitida em humanos.
Seres iguais a nós, com a mesma capacidade de sofrimento, que abrigam sentimentos os mais desencontrados estão sendo levados ao vexame extremo e infinito e os homens poderosos do mundo não reconhecem sua finitude.
E onde vamos parar, o que serão dessas pessoas e principalmente das crianças depois disso tudo? Nada voltará a ser igual e os pequenos poderão abrigar dentro de si sentimentos que farão o mundo continuar num futuro próximo uma luta insana e inútil. E será sempre uma sucessão de prélios dolorosamente sangrentos. E sempre a guerra
Não sou uma técnica a discutir e comentar as razões porque os homens se trucidam, mas sei que não há nada que justifique o que vemos atualmente. Decidem tirar as armas dos iraquianos e para isso fazem pior, com mais crueldade, trucidando tudo que existe de humano em seus semelhantes, condenando-os ao sofrimento e a uma mortificação insana.
E o mundo cada vez mais se digladia, incapaz de entender os limites que se devem cumprir, esquecidos que todos nós somos perecíveis e semelhantes.
As guerras oficiais que já foram vividas milhões de vezes por nosso planeta, deixando a fome, a devastação e impossibilidade de verdadeiras reconstruções foram vivenciadas e mesmo assim continuam persistentes e inflexíveis. Fora isso, além da miséria existem doenças, dores, aflições, consternações que contornam o mundo e agora teremos mais que isso: o resultado devastador dessa briga e luta por domínios cada vez maior, pelo poder propriamente dito e com a insanidade de seus dirigentes.
Sei que estou aqui falando num imenso deserto, num lugar frio e deploravelmente indiferente, mas que podemos fazer mais que isso nesse momento em que nossa revolta não consegue convencer os homens mais poderosos do mundo?
Que posso fazer, como poderemos ter uma reação? Mas possuímos ao menos a palavra e é com ela que irei até o fim, sem arredar um passo, mesmo que esteja gritando inutilmente. O que não podemos conceber é ficar calados e sem reagir e presenciarmos maltratos e dores humanas a nos ser mostrados como se fosse um trecho de um filme desesperadamente violento.
Nunca poderemos nos acostumar com a demonstração do poder e da truculência em pessoas que dirigem seus países, lideram o mundo como se seus habitantes fossem apenas uma corja de seres inferiores. Deus não está ali nos Estados Unidos ou na Europa, infringindo sofrimentos inomináveis, decidindo vidas, aplicando castigos e deliberando o destino do mundo. Eles, sim, pensam que são Deus.
Vânia Moreira Diniz