Crônica da 1ª quinzena de maio
Água de Beber
O urso polar olha o mar branco e não desanima. O gelo não reflete a ausência da presa. Mostra apenas a camada que a esconde.(*) Um pouco de preocupação com água potável. Aqui em Jundiaí, SP, estou entrando com denúncia ao Ministério Público contra o DER e Ferroban, por não cumprimento das determinações decididas pelo Conselho de Segurança da cidade, do qual sou fundador.
O urso sabe que a foca sairá para respirar, e a foca sabe que ao sair poderá morrer. Mesmo assim a foca respira, mesmo assim o urso se alimenta.
Ora somos urso, ora somos foca, e o mar gelado é branco. A vida é nosso mar gelado. Não devemos morrer presos em nosso pequeno pranto.
Enfrentar nossos problemas e o que nos amedronta, talvez seja o maior desafio no transcorrer da nossa vida.
Há tempo, venho levantando o problema da fragilidade das represas que abastecem as cidades brasileiras com água tratável para consumo humano.
Normalmente, face estarem localizadas às margens de rodovias, há o perigo de terem suas águas invadidas por veículos carregados com produtos tóxicos.
Pelas referidas rodovias há trânsitos de veículos que abastecem indústrias localizadas nas próprias cidades e em localidades vizinhas, transportando combustível, fenol, ácido sulfúrico etc.
Além de rodovias, via-de-regra há também linha férrea que transporta produtos tóxicos às margens de rios e afluentes que deságuam nas respectivas represas.
Se esse é o caso de sua cidade, é necessário conhecer o problema, dimensioná-lo e apresentar soluções para que, em caso da ocorrência de algum acidente com caminhão transportando produto tóxico ao lado da represa, não venha poluir a única fonte de água potável de sua cidade.
É necessário que o problema seja enfrentado por todos os responsáveis pela existência e guarda da represa e dos rios que a abastecem, tais como: prefeitura municipal, companhia de distribuição de água potável, departamento estadual ou federal de rodagem, empresa controladora da via férrea etc.
Algumas das soluções são: colocar muretas de concreto ao longo dos trechos críticos, construir bacias de contensões dos produtos tóxicos vazados, colocar radares e lombadas para diminuição de velocidade e manutenção da linha férrea que deve se encontrar completamente deteriorada, como todas em nosso país.
É necessário, também, que o corpo de bombeiros seja equipado com roupas especiais para enfrentar qualquer acidente com produtos e gases tóxicos, em caso de intervenção emergencial.
O Ministério Público, através da promotoria do meio ambiente, deve participar da apresentação das soluções e apurar responsabilidades em caso de negligência de órgão público ou empresa concessionária na realização das determinações atribuídas.
As linhas a serem seguidas são no sentido de prevenção para que o risco diminua e de pronta atuação em caso de acidente com produto tóxico ao lado das represas que abastecem as cidades.
Ignorar o problema e contar com a sorte, pode custar caro demais para a sobrevivência do povo de sua cidade. Jamais aceite isso! É seu direito!