logotipo
COLUNA DE DOUGLAS MONDO correspondência
Douglas Mondo é poeta, advogado civilista e empresarial, Acadêmico fundador e presidente da Academia Jundiaiense de Letras Jurídicas,  fundador, ex-presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança de Jundiaí/SP.

Crônica da 1ª quinzena de junho

Governo, Imprensa e Banestado

A Polícia Federal divulgou parte do resultado das investigações sobre o desvio de 30 bilhões de dólares em remessas ilegais de divisas para a agência do Banestado em Nova York, via contas CC-5.

Declarou, textualmente, que há políticos e pessoas influentes entre os criminosos que praticaram tal delito.

Diante de tal notícia, infere-se que a Polícia Federal tem os nomes desses brasileiros e, portanto, há possibilidade de conclusão do inquérito policial, já que há a materialidade do delito e prova suficiente da autoria, ensejando a respectiva denúncia por parte do Ministério Público Federal.

A gravidade de tal crime enseja, sem demora, a divulgação dos nomes do envolvidos, já que há a possibilidade de serem pessoas que conduzem o destino de nossa nação e podem, como estão tentando fazer, alterar provas já levantadas.

Causa estranheza que veículos de comunicação tão poderosos, ou tidos como, até agora não tenham divulgado os nomes dos envolvidos e as quantias por eles desviadas

As fontes jamais silenciaram sobre tal fato. O que se conclui que há pessoas de tais veículos e políticos por demais influentes dentre os meliantes que praticaram aludido desvio.

Urge cobrar do governo e da grande imprensa que cumpram seu papel histórico, pois podemos estar diante do grande divisor de águas entre a velha corrupção e um Brasil voltado definitivamente para as necessidades de seu povo.

É bom frisar que 30 bilhões de dólares acabariam com a fome de milhões e milhões de brasileiros que são vítimas indefesas diante de tanta roubalheira. A recuperação desse dinheiro é por demais importante.

Sempre houve por parte dos governantes e da grande imprensa, a divulgação que o Brasil é um país pobre e que, portanto, seria muito difícil a solução dos graves problemas sociais que atingem nosso povo.

Partindo do pressuposto que o caso Banestado possa ser apenas a ponta do iceberg que esconde as remessas ilegais de divisas para o exterior, talvez tenhamos dinheiro suficiente para acabar com a fome brasileira e solucionar inúmeros problemas que martirizam o Brasil.

Se conseguirmos recuperá-lo, claro. O que não pode haver é receio de divulgar todas as provas levantadas, para que o véu da corrupção seja definitivamente levantado e possamos saber, sem sombra de dúvidas, quem é verdadeiramente amigo e quem é inimigo de nossa pátria.

O Banco Central deve divulgar todas as informações de remessas ilegais de divisas para o exterior através das malfadadas contas CC-5 e quais os bancos envolvidos, já que não é possível não ter tais dados. A era da ingenuidade está chegando ao fim, felizmente!

A quebra do sigilo bancário, nesses casos de evasão de divisas, é amplamente defendida juridicamente, já que o interesse público está acima de possível garantia e direito individual. O direito social sempre estará acima do direito pessoal.

Caso haja por parte do Governo Federal qualquer tentativa de barrar as investigações mediante acordos políticos, estará se nivelando aos agentes dos atos delituosos, devendo responder solidariamente pelos crimes por eles praticados.

Pelo bem do país, a verdade formal advinda da justiça e que será ipsis literis divulgada pela grande imprensa, deve ser rigorosamente idêntica à verdade material havida, pois não há democracia que se sustente em pilastras de falsidades e mentiras.

É dever de todo brasileiro lutar para que tenhamos, cada vez mais, uma democracia plena e consolidada, pelo bem de nossos filhos!