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COLUNA DE DOUGLAS MONDO correspondência
Douglas Mondo é poeta, advogado civilista e empresarial, Acadêmico fundador e presidente da Academia Jundiaiense de Letras Jurídicas,  fundador, ex-presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança de Jundiaí/SP.

Crônica da 1ª quinzena de agosto

A Corrupção Assassina

O assassinato do Juiz da Vara de Execuções Penais da Comarca de  Presidente Prudente, dá mostras da falência da ética, da
moralidade e da segurança pública em nosso país.

Não adianta culpar qualquer facção criminosa pelo ato delituoso, quando na verdade ele mostra a nossa pouca capacidade de criar um Estado moderno que satisfaça todas as necessidades do povo brasileiro.

Tornam-se apenas jogos de cena, as manifestações do Presidente da República, do Governador do Estado e do Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, de que não vão recuar no combate ao crime organizado, como se ele fosse facilmente identificado como objeto concreto a ser atacado.

O narcotráfico não chega nem aos pés do crime organizado em nosso país. O verdadeiro crime organizado está dentro dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

O Brasil está infectado pela corrupção, e ela matou o Juiz de Presidente Prudente!

Se somarmos todos os valores que estão depositados em contas correntes no exterior e que são frutos de desvios financeiros e de apropriação do erário, certamente dariam para transformar este país em potência econômica e social, num piscar de olhos.

São bilhões e bilhões de dólares nas mãos de apenas alguns milhares de brasileiros, na maioria detendo cargos e mandatos políticos, ou são personalidades ainda influentes que determinam as políticas vigentes em nosso país.

Com a saída desse dinheiro todo que deveria ter sido utilizado para atendimento das necessidades sociais do povo brasileiro, bem como na modernização do Estado e seu desenvolvimento econômico, criou-se uma casta social que vive como proprietária do país, em detrimento de uma classe burguesa que caminha rumo ao inferno e a passos rápidos para a pobreza, para somar a uma grande porcentagem do povo que vive à margem das condições mínimas de sobrevivência.

Esta casta social que detém grande parte da riqueza nacional e que se desloca em jatinhos e sob as asas de helicópteros último tipo, pouco fazem das ações criminosas dos nossos bandidos de comandos disso ou daquilo, pois vivem sob a tutela de um sistema jurídico e econômico que lhes garante proteção durante todos os dias do ano.

Não vivem nas chamadas “zonas de risco”. São protegidos por sistemas infalíveis de segurança física e moral.

O verdadeiro crime organizado formado pelos bandidos de colarinho branco, deixou o Brasil com uma Justiça cega, inoperante e incompetente.

Os traficantes não vendem drogas para postes nem árvores, mas sim para cidadãos comuns que se viciam em razão de uma solidão cada vez maior que se encontram, por conta de uma impotência generalizada que lhes aflige a alma.

A impunidade dos poderosos gerou uma sensação de insegurança na população, por conta de um total desmantelamento do sistema de justiça brasileira,  que meia dúzia de desdentados conseguiram se organizar e estão levando terror para todo o país.

Para que possamos voltar a acreditar que somos todos iguais perante a lei, é necessário que todo brasileiro honesto e justo, dentro de seu ambiente de trabalho, público ou privado, crie consciência que ele é personagem vivo da história, e tem o dever humano de lutar contra a corrupção e as injustiças sociais.

Devemos lutar, incansavelmente, para que o dinheiro apropriado ilegalmente pelos políticos safados e por todos os bandidos de colarinho branco, volte aos cofres de nosso país, para que possa ser aplicado no desenvolvimento do povo, verdadeiro dono do Brasil, com a punição exemplar dos reais criminosos brasileiros.

Não tenha receio de lutar! Lute, é seu direito!