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COLUNA DE DOUGLAS MONDO correspondência
Douglas Mondo é poeta, advogado civilista e empresarial, Acadêmico fundador e presidente da Academia Jundiaiense de Letras Jurídicas,  fundador, ex-presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança de Jundiaí/SP.

Crônica da 1ª quinzena de fevereiro

A RAZÃO E A FÉ

Segundo o Mestre Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, uma das definições de Lógica diz que é o conjunto de estudos que visam a determinar os processos intelectuais que são condição geral do conhecimento verdadeiro.

De acordo com o mesmo autor, Ciência é o conjunto organizado de conhecimentos relativos a um determinado objeto, especialmente os obtidos mediante a observação, a experiência dos fatos e um método próprio.

Finalmente, ainda segundo Aurélio, Fé é a adesão e anuência pessoal a Deus, seus desígnios e manifestações. É o conjunto de dogmas e doutrina que constituem um culto.

Após essas três definições, através da observação científica e de sua aplicação lógica, tentarei demonstrar a racionalização da fé aplicada a um fato concreto.

Em 18 de junho de 1994 morreu meu irmão, vitimado por câncer e tinha 10 anos a menos que eu. Hoje tenho 50 anos de idade.

Tínhamos um pacto. Aquele que antes morresse voltaria para contar como é a vida após a morte.

Alguns meses depois, no dia de finados, por volta das 10 horas da manhã, após ter praticado minha caminhada matinal como é de costume há vários anos, senti uma profunda necessidade de repousar.

Deitei-me e após alguns minutos, provavelmente com meu cérebro em freqüência mais lenta e ao atingir o nível Theta, senti a presença de meu irmão e um abraço que na época decodifiquei como sua alma abraçando a minha.

A felicidade foi tamanha que se tornou indescritível para terceiros, como hoje também já o é para mim. Só me lembro que a senti imensamente.

Em seu contato, entendi que me convidou para ir conhecer onde estava em sua nova realidade. Conhecer sua moradia. Visitar sua casa, conforme havíamos combinado.

Algumas noites depois, ainda guardando aquela sensação de felicidade universal, realizei uma viagem astral - talvez com meu cérebro também em freqüência Theta - e fui conhecer o lugar onde meu irmão estava.

Lá chegando, vi que era um lugar comum, como conhecemos em nossa realidade, com algumas casas ao longe e uma estrada de terra batida cortando um imenso gramado.

Alguns casais passeavam de mãos dadas, enquanto outras pessoas simplesmente conversavam à sombra de copadas árvores. Lembro-me que estavam todos vestidos normalmente como nós nos vestimos por aqui.

Avistei uma moça que aparentava uns trinta anos de idade e que sorriu ao me ver. Fui em sua direção e perguntei se meu irmão ali estava.

Ela me informou que ele estava apresentando um programa de televisão e que não poderia me receber naquele momento.

Atacado pela curiosidade, indaguei da bela jovem se ele poderia fazer aquilo. Isto é, ser apresentador de um programa
de televisão. Ela respondeu com um sorriso quase infantil:

— "Claro que sim. Aqui você pode ser e fazer o que quiser. Para cada vontade uma nova dimensão se abre e seu desejo se  realizará, bem como o de outra pessoa, e de mais outra e  assim por diante."

Perguntei então das responsabilidades nas relações humanas,  bem como sobre o efeito de alguma atitude que viesse a causar  algum mal a alguém. Perguntei sobre remorso e culpa.

Ela educadamente e com singeleza angelical me respondeu que nada disso existia ali na forma absoluta. Tudo era relativo. Existia o que existia de acordo com o desejo de cada um. Se quisesse culpa, então haveria culpa. Se quisesse felicidade, haveria felicidade. Se quisesse o inferno, ali o seria. Bem como o céu, já que apenas haveria a satisfação de um desejo individual.

Existiam infinitas dimensões de acordo com a vontade de cada um. Na verdade, de acordo com a evolução e sintonia universal de cada um. Naquele momento compreendi as palavras de Cristo: "Na casa de meu pai há muitas moradas".

Um dos maiores cientistas da atualidade, o físico Stefhen Hawking em suas obras "Uma Breve História do Tempo" e "O Universo Numa Casca de Noz", demonstra de forma inequívoca através de sua Teoria Quântica a idéia de tempo imaginário.

Segundo o cientista, de acordo com a filosofia positivista da qual é um dos defensores e através de demonstração matemática, podemos entender que tempo imaginário é aquele que se encontra em eixo perpendicular ao tempo real e o encontro dos dois denomina-se tempo zero.

Havendo também, os mesmos tempos nas formas negativas, como qualquer encontro entre dois eixos perpendiculares entre si num diagrama qualquer, nas divisões anteriores ao zero que é o cruzamento dos eixos.

Ainda, de acordo com o renomado físico, "um modelo matemático envolvendo o tempo imaginário prevê não apenas efeitos que já observamos, mas também efeitos que não conseguimos medir, porém nos quais acreditamos por outros motivos" (sic).

Desta maneira, sendo "o tempo relativo, fica difícil a percepção do que é real ou do que é imaginário, já que a distinção encontra-se apenas em nossa mente" (sic).

Para melhor entendimento, tomam-se dois eixos cartesianos estendendo-se ao infinito e perpendiculares entre si. O vertical representa o tempo imaginário e o horizontal o tempo real, com o cruzamento representando o tempo zero, como alhures mencionado.

Entre os ângulos retos formados em cada quadrante do citado gráfico de tempo, teremos tantas divisões quantas forem necessárias para nosso entendimento de causa e efeito entre tempo real e tempo imaginário.

Quando temos a interação entre um momento no tempo real com outro momento no tempo imaginário, tempos a projeção cartesiana desses dois momentos que refletem tal acontecimento noutra dimensão de tempo e espaço, já que são desassociáveis, conjuntamente com a velocidade.

Quando tive o encontro com meu irmão que na época decodifiquei como um abraço de almas, na verdade foi um encontro cartesiano resultante de dois momentos de tempo.

Eu estava na história de tempo real, enquanto meu irmão na história de tempo imaginário. Nosso encontro foi o resultante cartesiano desses dois momentos e que se deu nessa outra dimensão de tempo e espaço.

Como os eixos de tempo na verdade são como cordas de violino, isto é, vibram por si só, de acordo com Stefhen Hawking, nossos encontros vibraram pelas nossas próprias existências em tempos perpendiculares. Por isso a magnitude de felicidade universal.

Igualmente é a explicação para a visita que fiz ao seu mundo. Na verdade também foi resultante de um encontro cartesiano entre dois tempos: o real e o imaginário. Por isso a existência de infinitas dimensões que são as resultantes cartesianas formadas em cada um dos quadrantes dos eixos de tempo.

O encontro com meu irmão aconteceu, de fato, dentro do tempo real da minha vida e história pessoal. As deduções matemáticas sobre o tempo fazem parte Da Teoria Quântica de Stefhen Hawkin. Logo, minha experiência é verdadeira e provada cientificamente.

Assim sendo, a racionalização da fé é possível, já que tudo é relativo. Até nossa existência nesse tempo e espaço.