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COLUNA DE DOUGLAS MONDO correspondência
Douglas Mondo é poeta, advogado civilista e empresarial, Acadêmico fundador e presidente da Academia Jundiaiense de Letras Jurídicas,  fundador, ex-presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança de Jundiaí/SP.

Crônica da 2ª quinzena de maio

O Pequeno e o Grande Homem

Um grande homem, uma grande história. “Há que endurecer, mas sem perder a ternura jamais.”

Um pequeno homem, uma pequena história. “Não tenho dinheiro nenhum no exterior. Jamais fui corrupto.”

Dois homens, duas vidas diferentes. Ambos quase com a mesma idade. Um morto em 1967 pelas forças imperialistas do capitalismo. Outro o retrato da existência medíocre da ganância.

Um deixou o legado para os filhos da liberdade: "Nossos filhos devem possuir as mesmas coisas que as outras crianças, mas eles devem também ser privados daquilo que falta às outras crianças.”

Outro fez de seu filho braço direito no antro da corrupção: “Abri essa conta em banco Suíço a mando de meu pai.”

Um morreu pobre sem vintém, adormecido nos braços sonhadores da poesia. Outro ergueu suas mãos aos céus e bradou: “Por quê me abandonaste, fui seu filho um dia?"

”Odeio corruptos!” Exclamou o Altíssimo, num dar de ombros!

Um foi chamado de louco e idealista: “Muitos me chamarão de aventureiro, e sou, só que de um tipo diferente. Sou dos que põe a vida em risco para demonstrar suas verdades.”

Outro foi chamado de ladrão e mentiroso: “Não sou titular das contas, mas apenas o beneficiário.”

Um lutou contra todas as formas de opressão social: "Acima de tudo, procurem sempre sentir profundamente qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É a mais bela qualidade de um revolucionário."

Outro provocou injustiça social: “345 milhões de dólares depositados numa conta no Citibank de Genebra.”

Um  ergueu suas mãos aos céus e cantou: "Os poderosos podem destruir uma, duas ou três flores, mas nunca deterão a primavera”. Outro será conhecido como um dos maiores bandidos de todos os tempos. Chefe de 40 ladrões.

“Amo poetas”! Exclamou a humanidade, em graça lírica.

Um deu sua vida por uma causa: “Deixe-me dizer, com o risco de parecer ridículo, que o verdadeiro revolucionário é feito de grandes sentimentos de amor."

Outro fez de sua mulher e filhos beneficiários de desvio de dinheiro público, em contas bancárias abertas no exterior: “Adoro Silvia e meus filhos!”

Um era chamado Ernesto, outro Doutor Paulo. Um era médico, outro ladrão!

Um a história abençoou Guevara, outro a justiça condenou prisão.

Ambos filhos da mesma espécie. Um, sonho de liberdade! Outro, retrato de um cão!

Há que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás!