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COLUNA DE THATY  MARCONDES correspondência
Na área empresarial, trabalhou na implantação de projetos de administração, captação e aplicação de recursos, e ainda em redação e revisão de textos técnicos. Nascida em Jundiaí, reside atualmente em Ponta Grossa/PR.

1ª quinzena de janeiro

 
O RÓTULO DA GARRAFA

Moro em Ponta Grossa, cidade interiorana, no Paraná, a pouco mais de 100 km de Curitiba. Sou natural do interior de São Paulo, ainda me entrosando nas histórias da cidade. Existe uma história local sobre uma cerveja chamada ORIGINAL, que era, ou ainda é, produzida aqui, quase que artesanalmente, em uma pequena fábrica. Mas o gosto e a qualidade são de primeira. Tanto que uma marca de renome nacional, anos atrás, tanto fez que comprou a tal pequena cervejaria, para, posteriormente fechá-la. Mas, a procura – não sei se apenas local – era tão grande, que ainda se encontrava, vez por outra, algumas garrafas da bebida tão almejada, ainda com a qualidade de antigamente. Não sei ao certo se alguém a recomprou ou se a própria grande marca resolveu reabri-la com uma pequena produção, pois é novamente encontrada. A única coisa que sei é que, quem conhece Ponta Grossa, quando aqui está, vai logo procurando a ORIGINAL, dizendo que cerveja igual não há!

Tracemos um paralelo: há pessoas que viram rótulos, grifes, pontos de referência. Nas artes escritas também isso ocorre. Eu adoro o Dalton Trevisan e, como bom rato de biblioteca e livraria, sempre que vejo um título dele que ainda não li, vai para ele minha preferência, na hora da compra.

Agora tracemos outro paralelo, com as pessoas à nossa volta, da nossa relação, aqui neste espaço cibernético ou internáutico, como eu o chamo. Chiiiii.. acho que eu devia ter dito: tracemos uma perpendicular, ou uma linha oblíqua, pois, nesse caso específico, a coisa pega! É um tanto quanto diferente. Imaginemos um mundo abstrato, onde cada um dispõe apenas de um tapetinho para sentar, um computador e um rótulo que vai mudando, conforme o progresso pessoal. Quando o rótulo fica parecido com o da cerveja ORIGINAL – pequena produção de altíssima qualidade - , logo vem um tubarão querendo seu rótulo. Como ele faz? Bem, como não estamos falando de cervejarias, a tática é diferente: a estratégia utilizada é a do PUXANDO O TAPETE. Só que, na Internet, as pessoas não agem sozinhas: elas vêm aos bandos, como andorinhas – caso contrário, não fazem verão!-. E há várias técnicas para a realização do plano, que vão desde a desmoralização pela crítica até a inflamação de um peixe pequeno, para que ele se sinta pessoalmente ofendido, ache que o ORIGINAL está falando dele, una-se ao grupo do tubarão e saia “peitando” o (agora) inimigo comum.

O que o tubarão ganha com isso? O que lucra o peixe pequeno?

Num primeiro momento, podem até achar-se os vitoriosos, pois o inimigo vai se recolher. A longo prazo? NADA, pois a característica do ORIGINAL será sempre a mesma: ele será sempre o detentor autêntico e legítimo de sua produção e, sabedor de suas qualidades e das más intenções alheias, nem se abala, pois sabe que a preferência é sua, esteja onde estiver. Cedo ou tarde o rótulo volta à “garrafa” cujo conteúdo é merecedor de tal distinção.

O bom ORIGINAL também tem lá seus truques: recolhe-se, mas não se encolhe!

Ah, antes que eu me esqueça: grudei meu traseiro com super-bonder no meu tapete – um truque que aprendi na cervejaria, aqui ao lado -.

Agora com licença, que a minha ORIGINAL está geladinha: no ponto, pra matar essa sede de verão!