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COLUNA DE THATY  MARCONDES correspondência
Na área empresarial, trabalhou na implantação de projetos de administração, captação e aplicação de recursos, e ainda em redação e revisão de textos técnicos. Nascida em Jundiaí, reside atualmente em Ponta Grossa/PR.

1ª quinzena de abril

Crônica do vento

Hoje o vento não sussurra. Também não afaga as folhas das árvores do jardim, nem refresca a grama seca pela estiagem e pela geada que a castigou neste inverno seco. Hoje o vento não uiva como os lobos. Sinto que o vento, hoje, está triste. Ouço o seu lamento melancólico, um pouco desafinado — perdeu o tom, o coitado.O vento hoje está lacrimoso, como se levasse suas mágoas a varrer o mundo, espalhando seu canto desencontrado. Talvez esteja se despedindo. Talvez o verão esteja expulsando-o daqui, e ele teima em não partir, pois ele sabe que partir é triste! Talvez por isso, esse lamento fantasmagórico e assustador, como as almas perdidas chorando a vida que não puderam levar consigo, assim como seus pertences. Por que ele sabe que partir, às vezes, é o mesmo que morrer!

O vento hoje está frio, gélido, morto.