Como disse Chico Buarque, “agora posso cuidar da poesia” , pois, ela trata a palavra em seu momento mais inspirado, no inteligente jogo de significado e significante.
O brasileiro desvenda os segredos das palavras através da poesia, comunicando-se com a linguagem da liberdade, podendo criar novos ideais, voar, sonhar e até mesmo vivenciá-la.
POESIA É VIDA! Ela nos brinda com palavras mágicas. Então, pergunto: qual é o segredo que elas guardam? Lêdo Ivo, em MAR OCEANO , responde:
“A poesia é um segredo
feito de êxtase e medo
que não confio a ninguém
- nem a mim mesmo.”
E como cada um de nós ao ler um poema sente esse segredo? Bem, magicamente, o inatingível torna-se palpável. De alguma forma participamos vivenciando momentos e emoções. Destacar a palavra “poesia” mostra a sua importância e como ela muda as nossas vidas, tornando-nos novos amantes da poesia.
Desejamos segredo maior que o contido nas expressões poéticas?
“ ... você foi o melhor dos meus erros
... você foi a mentira sincera
... esqueci de tentar te esquecer.”
(Outra Vez, de Isolda, em Sob Medida , Simone)
“... esse insensato amor
que me despe, e me vira do avesso.
... Se o que eu escuto é o silêncio.”
(Medo de Amar, de Sueli Costa e Tite Lemos, em Sob Medida, Simone).
Sentir a energia que emana do relacionamento direto entre o escritor e a sua obra, do letrista com sua lírica, é algo imperdível para as pessoas de sensibilidade.
Como escreveu o poeta Ferreira Gullar, em POESIA: UMA LUZ NO CHÃO : “ ... pretendo que a poesia tenha a virtude de, em meio ao sofrimento e ao desamparo, acender uma luz qualquer”. E, Jorge Luis Borges, em ESSE OFÍCIO DO VERSO , arremata que “a poesia não é alheia, a poesia está logo ali, a espreita. Pode saltar sobre nós a qualquer instante. E a vida, tenho certeza, é feita de poesia.”
Assim, poesia é descobrir a essência mágica das palavras. A linguagem como significado, como expressões que avessas ao poema destacam o fascínio do código em si. Seu ingrediente fundamental é despertar nossa atenção para ser explorada em papel literário e transformada em magia.
Encontramos em texto de Edson Cruz: “... vendo o escritor não como construtor, mas como colecionador que se comunica com o mundo ao conquistar sua coleção de palavras.” E Miguel Sanches Neto conclui que cada autor cria seu dicionário próprio, apresentando-nos seu universo poético-ficcional particular.
Assim, os temas viram releituras sob medida para os amantes da poesia, como encontro em Pedro Du Bois:
“Poesia de palavras simples
rimas simples:
expressa sentimentos
explora sentimentos
sente
o fazer feliz
deixar feliz.
Poesia de palavras certas
em seus significados..."
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