Christina M. Herrmann  

Christina M. Herrmann é poeta, webdesigner. Carioca, vive atualmente na Alemanha. Comunidades no orkut: "Café Filosófico das Quatro", "Sociedade dos Pássaros-Poetas" ambos de entrevista e "Orkultural" em parceria com Blocos Online.
Blog: <http://www.chrish.weblogger.terra.com.br>. Página pessoal no Orkut: <http://www.orkut.com/profile.aspx?uid=3958990305271197129>

Coluna 23 - 1 ª quinzena de agosto
próxima coluna: 24/08

Mês de Agosto nos remete à figura masculina do pai. Na crônica “Dia dos Pais”, a Prof. Solange Firmino aborda o tema, levando em conta a influência da mudança dos tempos na ligação pais & filhos, e sob a ótica e sensibilidade de filha.

Acompanhem as novidades das comunidades, poemas e pesquisas que trazemos para vocês neste número, assim como os Highlights de entrevistas no Café Filosófico “Das Quatro”. Desta vez, destacamos um trecho do bate-papo com o professor, psicanalista (de formação lacaniana) e esquizoanalista, Valter A. Rodrigues.

Boas leituras e “nos vemos” em uma quinzena!



C O M U N I D A D E S

Planeta Voluntários
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=14222516

Teatro do Absurdo
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=180526

Logosofia
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=739362

Sociedade dos Poetas Vivos
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=12931437 

Literatura Viva
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=17943115

 

P O E M A S   D A   Q U I N Z E N A

Sob a chuva... 20/07/2006 18:56
Choveu.
E tudo o que fez ser a pulsação
entrou à fluidez de um quadro mágico;
caminhou. De sob os pelos
subiu-me à linha do olho
a ninfa, a flauta de pã,e uma visagem.
E - fosse como -
soubesse ao gosto, soprasse o hálito
e, breve, embriagasse
co'as vertigens d'um vinho velho.
E veiu. De intra/veias
cheia de cores - qual'em palco dançasse -
a bem lento, moveu-se no compasso.
E foi, esse tal momento
à caída das horas da tarde
e trouxe
no inteiro de seu bojo
o frasco dos cheiros de presença.

Se chuvisca, se paira o nevoeiro
- miúda, poreja
e gruda-se, enrodilha os cabelos -
Se há lavadas, grossas torrentes
molhadeiras
e tudo o que faz ser profusão, uma laguna

tudo estende um lençol fértil
entre/tecido com as bolhas
de seus fios tremeluzentes
e forra
alisa, dobra as pontas
e as prende
quatro abas às cantoneiras; pronta
a cama feita, tudo cobre
afunda-se, e ao chão, o torna prenhe.
Então revejo - branco e rubescente -
derramando águas flambadas
nosso úmido leito
de amantes.

Ney Maria T. Menezes Rego


27/07/2006 23:57
Imagínário simbólico

Quando não há vento
invento
chchchch
carros no asfalto molhado
ouço o mar quando bem quero
invento
o mar é música/movimento
tempo
Quando dou-me por mim no tempo /espaço movimento
sou nele presentifico-me
cresce o tempo creço eu em mim
faço-me mar
na ausência basta um pretexto
para dançar enfim

Virgínia Além Mar - Vica

D E S TA Q U E S   D A   "T R O V A D O R E S   N O T U R N O S“

Não posso mentir com o gesto
Mesmo que eu negue o que sinto
Com o corpo e o olhar manifesto
A verdade. Puro instinto.

Aurea Charpinel


06/05/2006 18:28
Minha escola na avenida.
Os pés descalços no chão.
O enredo é minha vida.
O samba é solidão.

Maria José Limeira

06/05/2006 19:53
A noturna inspiração
Que ao poeta parecia
Maleita brava, sezão
Era vida que surgia.

Paulo Martins Magalhães

06/05/2006 20:10
Dizem que o olhos são
as janelas de noss'alma.
Por que o meu coração
ao ver o seu perde a calma?

Henriette Effenberger

 


H I G H L I G H T

[ De entrevista no Café Filosófico “Das Quatro”]

15/05/2005 21:33
Oi, pessoal, obrigado por me convidarem para um bate-papo aqui. Espero ter competência para responder ou, pelo menos, abrir novas questões às que vocês formularam. Começando pela primeira questão. Bem, Sueli, como você pode ver pelo meu currículo, não cesso de buscar o que penso ser o melhor suporte teórico para dar direção à clínica. Já me encantei com Reich, depois com Freud, Lacan, Deleuze, Guattari e tantos outros que não cito por não ter tido contatos tão intensos e duradouros com eles. Não descarto esses pensadores pelos quais passei, eles fazem parte de meus percursos e questões, por isso volto sempre a eles, procuro conversar com eles e ver de que maneira o que pensaram e disseram ressoa em minha prática atual e a faz avançar. Não tomo o trabalho psicoterapêutico como a única via de transformação das pessoas, não. Houve uma época em que era moda fazer alguma terapia, parecia a todos que a única saída estava nela. Não penso assim. Mas há momentos em que não conseguimos viver sem nos dirigirmos a um outro que esteja em posição/disposição de nos ouvir e acompanhar com um mínimo de isenção nossos movimentos. Alguém que possa nos ouvir sem interferir, por interesse pessoal, em nossos movimentos e escolhas. Por que processos de mudança, não fazemos sozinhos. E aqueles com quem nos relacionamos interferem neles, seja para o melhor, permitindo-nos avançar, nos acompanhando, ou, ao contrário, buscando nos emperrar, porque mudarmos implica que eles mudem também, se desejarem continuar fazendo parte de nossa vida. Claro, não é só isso. Penso que, se estivéssemos plenamente na vida, presentes ao acontecimento e todas as suas possibilidades, estaríamos permanentemente em mudança, abertos aos devires. Mas não é o que acontece. Temos nossas experiências vividas, somos gatos escaldados, estamos inscritos em modos de organização os mais diversos, atravessados por um sem-número de pequenos poderes, encontramos, enfim, muitas forças externas que nos convidam a permanecermos na posição em que estamos, desconfortável ou não.

15/05/2005 21:42
E há também resistências internas, determinadas por nossos percursos de vida, por afetos que não pudemos expressar e que permanecem em nós, como blocos de ressentimento bastante resistentes a se atualizar e se desfazer. É difícil sairmos de nossas repetições, aquelas que nos fazem retornar ao mesmo, às mesmas compreensões, aos mesmos gestos, ao que já conhecemos, por mais insatisfatório nos seja isso que conhecemos. Um processo psicoterapêutico bem encaminhado pode nos auxiliar a desfazer os nós da vida, mas, insisto, é preciso estarmos dispostos a lidar com as resistências, sejam as internas, sejam as externas a nós. Lidamos com forças, forças reativas, que devemos atravessar, dobrar, desfazer, para que possamos nos tornar ativos.

Valter A. Rodrigues
[Professor, Psicanalista e Esquizoanalista]

 

O   Q U E   V O C Ê   E S T Á   L E N D O?

26/07/2006 06:03
Eu estou lendo "Os vagabundos iluminados" do Jack Kerouac!

Ótimo livro! Como diz atrás do livro:
"Um On the road zen-budista, uma busca pela iluminação".

E para quem não conhece Jack Kerouac, leia algum livro do criador da geração Beat, que influenciou todos os movimentos sociais e culturais do Ocidente!

Leandro Muzzolon

29/07/2006 06:05
Estou relendo "Neandertal" de John Darnton. É um livro de ficção científica que narra a aventura de dois cientistas que buscam o elo perdido entre o homo sapiens e o homo neandhertallis. E nessa busca descobrem uma tribo de neandertais, em pleno século XX, no Pamir. É um livro excelente para se ler nas férias. Eu recomendo. Foi publicado pela Ed. Record.

Elias Santos Oliveira

"Do Contrato Social" 29/07/2006 23:16
Do Rosseau

Jeferson Leandro Milani

O Nome da Rosa - Umberto Eco 30/07/2006 07:26
Um clássico!

Daniel Leite

 

 

O   Q U E   V O C Ê   E N C O N T R O U   N O   O R K U T?

24/07/2006 07:54
Foram meus filhos que me convidaram para o Orkut. Relutei, achei que era somente para jovens...Enfim, entrei e adorei.
Encontrei amigos, informação, literatura, cultura, incentivo.
Comunidades maravilhosas como a Orkultural e Discutindo Literatura.

Maria Lucia de Almeida

25/07/2006 15:38
Já tinha ouvido falar alguma coisa a respeito, mas foi através de minha irmã caçula que entrei no orkut.

Engraçado que nunca havia mexido num computador antes, e o orkut pra mim foi a porta de entrada pro mundo virtual.

Descobri muitas coisas aqui, como em todo lugar tem de tudo...o bom e o ruim...depende de cada um procurar sua turma, e se integrar às comunidades que lhe forem convenientes.

Celia Veríssimo


CRÔNICA

Dia dos Pais

Solange Firmino

Desde que nasce, o bebê pode criar um vínculo afetivo com a mãe, se for criado por ela. O vínculo com a mãe, biológica ou não, é necessário para a sobrevivência da criança, que depende de alimentação e cuidados, além de amor e carinho.

Na família tradicional "ideal", a mãe era a responsável exclusiva pela realização das tarefas domésticas e criação dos filhos. O pai era a autoridade responsável pelo sustento da família e imposição de limites na educação.

Mas a família mudou. Na prática, nem sempre é possível o contato paterno ou o materno. Há mães que criam os filhos sem os pais, há pais que criam filhos sem as mães, há crianças que não conhecem seus pais e vários outros casos, que são motivos de estudos sobre os complexos gerados nas famílias e nos vínculos estabelecidos nas relações pai-mãe-filhos.

Mas não coloquemos toda a culpa somente na mãe ou somente no pai, seja pela falta ou pelo excesso, afinal, famílias aparentemente bem estruturadas também têm pessoas com problemas, e pessoas sem estrutura familiar podem ter um ótimo desenvolvimento.

Se a família moderna não é mais a mesma, a importância que se dá aos membros dela também mudou. Há pouco tempo, a figura do pai estava em segundo plano quando se falava em cuidados com o bebê, amamentação e troca de fraldas. Atualmente, muitos estudos sobre a importância do pai no desenvolvimento da criança, desde a gravidez e outros cuidados básicos após o nascimento e desenvolvimento da criança. O envolvimento do pai nos cuidados com os filhos certamente acentua as relações de afeto e auto-estima no relacionamento em família.

Do pai autoritário ao pai herói, mesmo o ausente ou o desconhecido, a figura do pai ainda está ligada ao modelo de proteção que a vida em sociedade criou. Mas várias outras figuras masculinas podem desempenhar a função paterna de educação e afeto, como um professor ou irmão mais velho.

Um brinde especial para meu pai, que passou por um milagre há pouco tempo. Um brinde ao pai biológico, ao padrasto, ao pai que é mãe, à mãe que é pai, ao pai adolescente, ao pai adotivo, ao pai irmão, ao pai tio, ao pai professor, ao pai que já se foi, ao pai que ainda será e a qualquer tipo de figura que influencie paternalmente os filhos do mundo.

DICAS E EVENTOS ORKULTURAIS

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http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=4952440


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