Christina M. Herrmann é poeta, webdesigner. Carioca, vive atualmente na Alemanha. Comunidades no orkut: "Café Filosófico das Quatro", "Sociedade dos Pássaros-Poetas" ambos de entrevista e "Orkultural" em parceria com Blocos Online.
Blog: <http://www.chrish.weblogger.terra.com.br>. Página pessoal no Orkut: <http://www.orkut.com/profile.aspx?uid=3958990305271197129>
Coluna 29 - 1ª quinzena de novembro
próxima coluna:24/11
COMUNIDADES, PESQUISAS, HIGHLIGHTS, CRÕNICA & POESIA
Em Destaque, nesta Edição:
Poesia (Orkultural): Tatyana Ades, Maria Lucia de Almeida e Angela Oiticica
PESQUISAS (Orkultural): Maria Lucia de Almeida, Luiz Lemos, Teresa Santos, Tatyana Ades e Jeferson Leandro Milani
Trovas (Trovadores Noturnos): Paulo Magalhães, Lisieux Souza e Danilo Pereira
Highlight de Entrevista (CF4): Artur Gomes, Poeta, Ator e Produtor Cultural
Crônica (CF4): "Eleições 2006" de Soraya Vieira
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COMUNIDADES
Seu Ribeiro
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Logosofia para todos
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=17060701
Teatro do Absurdo
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=180526
Cooperativa de Artistas
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=9103239
Cordel do Fogo Encantado
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=47094
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POEMAS DA QUINZENA
Havia uma chama, quase imperceptível
Naquele bloco de gelo .
Havia uma necessidade de não apagar
O pouco que restava daquele corpo gélido e frio.
E brincando de escultora , tentei a qualquer preço
Lapidar o grande dente branco para encontrar o nervo
Escondido e aflito e já quase morto
Misturado a sangue e podridão.
Brinquei então na minha secreta escavação
Cutucando aqui e ali,
Mexendo no perigo iminente
Escorregando em cada célula morta
Para enfim poder alcançar a única viva restante.
E nessa luta desenfreada, a chama chegou a aumentar
Em alguns momentos,
Fazendo –me acreditar num oásis qualquer
Num deserto qualquer.
Pena a percepção lastimável que tive
Nunca houvera chama, nervo ou vida!
Nunca houvera a possibilidade de
Fazer um coração seco voltar a
Bombardear vida!
Foi quando percebi que um bloco de gelo
Simplesmente é um bloco de gelo
E não devemos tentar julgar tal fato!
Foi quando percebi que a pequenina chama que outrora
Eu avistara dentro da grande névoa esculpida
Não passara de um clarão meu ,um breve clarão
Que na tentativa desenfreada de explodir,
Refletiu no bloco branco a minha própria cor
E tentou me enganar
Tranformando–me num cego
Que fita a rara beleza de uma obra!
Tatyana Ades
Que menino é esse?
Eu vi o menino
De olhos tristes
Andar sem rumo
Pedir na esquina.
Eu vi o menino
De corpo franzino
Trabalhar no asfalto
Dormir na rua.
Eu vi o menino
Com a cara de fome,
E a indiferença
Nos olhos do mundo.
Maria Lúcia de Almeida
Poema
Eu
Eu vendo pedaços
de mim mesmo
quadros,
vestidos,
palavras,
palestras,
momentos.
Eu vendo pedaços de mim
quando escrevo
quando leio
Pedaços criados por mim
mesma
com cola, papel, lápis
e tintas.
Eu vendo pedaços
de mim mesmo.
Angela Oiticica
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DESTAQUES DA “TROVADORES NOTURNOS”
Encontrar felicidade
Não é mera coincidência
Irmã gêmea da verdade
Sua causa e consequência.
Quanto vício há na virtude?
Quanto bem cabe no mal?
Forja a extrema latitude
Sentimento glacial?
Paulo Martins Magalhães
Fazer o mal, minha gente,
não traz nenhum benefício;
Não pode viver contente
quem se ocupa desse ofício.
Na vitrine da saudade
vi teu rosto a fitar...
Como ter felicidade
sem dinheiro pra comprar?
Lisieux Souza
Benefício algum me traz
Brigar contigo, meu bem.
Isso tanto mal me faz
Que a tristeza logo vem.
Não faz isso por amor
Quem pensa em fazer maldade,
Pois não se provoca a dor
Em quem se quer de verdade.
Danilo Pereira
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HIGHLIGHTS
[De entrevista no Café Filosófico “Das Quatro”]
02/11/2006 17:11
Acho que na verdade mesmo sem saber, aos 12 para 13 anos, quando me interessei no Ginásio da então Escola Técnica de Campos, em ir par a Oficina de Tipografia. Ali tudo me fascinava, os tipos, as tintas, as prensas, o processo rústico de impressão e depois a máquina Linotipo e o seu fantástico mecanismo de composição. Só mesmo quem conheceu a velha Tipografia pra entender esse fascínio. Depois descobri que Casemiro de Abreu, também tinha sido tipógrafo. E ali começou os meus primeiros contatos com poesia, e os processos de composição manual e impressão.
02/11/2006 17:18
Somente dos 18 para os 19, quando então servia o Exército, no Quartel Dragões da Independência, em Brasília, nos anos de 67 e 68, é que comecei a descobrir mesmo a minha veia poética. E essa descoberta se deu através de cartas, para a família e os amigos de juventude que havia deixado em Campos. Meus pais, por vontade deles, eu teria seguido carreira militar, mas para mim aquilo tudo era um choque, uma agressão muito forte, e os acontecimentos políticos na época e a repressão começaram a mexer profundamente comigo, lá no íntimo mesmo. Muito dos poemas que publiquei no livro Couro Cru @ Carne Viva, em 87, foram escritos nesta época. Minha família não tinha nem noçãom no início, do que eu queria ser. Porque eu mesmo não tinha uma certeza dos caminhos que iria seguir. Somente à partir de 73 para 74, quando já trabalhando com Teatro na Escola Técnica Federal de Campos, hoje Cefet, comecei a ter uma noção do que realmente poderia fazer na vida, e era um fazer estritamente rebelde, transgressor, subversivo para os olhos dos poderes vigentes, o que me resultou em alguns dissabores.
02/11/2006 17:24
Na verdade, depois que me conscientizei do país em que vivia, e de toda aquela repressão em todos os níveis, não tive receio não, comecei a ter certeza que o caminho era este mesmo, que a palavra seria a minha arma e o palco o meu espaço público para a manifestação com arte e o debate sócio-político. A minha poesia foi forjada para abrir caminhos, espaços, fronteiras, nunca tive dúvidas disso. E até hoje a minha trincheira poética é uma luta contra os preconceitos, as mediocridades, a massificação das imbecilidades. E daí, não dá para deixar a palavra em seu silêncio enquanto escrita, ela tem que estar na boca, como um grito, um vômito, uma voz que fale por todos aqueles que já foram calados, e por muitos que ainda serão.
02/11/2006 17:30
Sim, trabalhei ainda na adolescência em uma Oficina Mecânica, depois como auxiliar de escritório. Durante alguns anos, trabalhei como Linotipista em um jornal e, posteriormente, na Oficina de Artes Gráficas da Escola Técnica Federal, em Campos. Fui diagramador, programador visual, e sempre tendo uma atividade também intensa com o teatro, a música e a literatura. Muito antes de assumir a coordenação da Oficina de Artes Cênicas do Cefet-Campos, já trabalhava com Oficinas de Teatro na Escola, mesmo à revelia. A partir dos anos 80 a minha atividade paralela passou a ser Arte-Educação.
Artur Gomes
[Poeta, Ator e Produtor Cultural]
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O QUE VOCÊ ESTÁ LENDO?
14/08/2006 20:00
"O caçador de pipas". de Khaled Hosseini
Belíssimo romance.
Maria Lucia de Almeida
31/08/2006 13:08
Recebi, há dois dias, pelo correio, o livro " Luiz Queiroga - O Humilde Imenso - escrito por Mêvinha Queiroga.
Uma obra prima da Literatura e da Pesquisa!
Biografias completas de todos os envolvidos na genial criação do Coronel Ludugero, a partir do grande idealizador do personagem, o jornalista e radialista
Luiz Queiroga, pai da escritora.
Depoimentos mil, de pessoas conhecidas e acreditadas no Meio Artístico e Jornalístico do Brasil, sobre Luiz Queiroga e o Cornel Ludugero!
E centenas de textos, poemas, músicas, anotações feitas por esse gênio tão criativo e tão esquecido, que nos deu de presente, entre outros, o impagável Ludugero.
Mêvinha Queiroga está de parabéns, pois seu livro é sério, emocionado e emocionante. Depois de tê-lo lido, acreditem, eu sou um brasileiro muito mais completo, mais orgulhoso da nossa Cultura Popular e... muito mais feliz!
Luiz Lemos
09/09/2006 16:12
"A Senhora" - Cathérine Clément
Teresa Santos
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O QUE VOCÊ ENCONTROU NO ORKUT?
29/08/2006 06:36
Acho que esse é o meu 3 perfil já... tive momentos de revoltas "orkutianas" terríveis,rsss....
mas sempre acabo voltando, sei lá... a gente precisa acompanhar a humanidade...rsss
Tatyana Ades
25/10/2006 23:40
Além de retomar o contato com vários amigos, dos quais por questões de tempo e espaço, há anos não possuia notícias, encontrei espaços interessantíssimos, como o site Recanto das Letras (local em que divulgo parte de meu trabalho literário) e, principalmente, o Café Filosófico das Quatro; um ambiente em que não só fiz novos amigos, mas em que também, de quebra, tive a minha primeira oportunidade de participar de uma publicação impressa, através da antologia "Poetas do Café".
Jeferson Leandro Milani
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CRÔNICA
Eleições 2006
Soraya Vieira
Hora do almoço, me acomodo, instintivamente, ligo a TV.
HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO
Automaticamente, desligo. Penso:
- "Gratuito, pois sim! Já tá roubando meu tempo..."
Penso, de novo:
- "Ah, dá uma olhadinha, de repente tem algum colega de infância, de trabalho...", religo.
1 segundo, 2 segundos, 3 segundos... musiquinha de mudança de um Partido pra outro...
Choque paralisante.
Invade a tela uma figura grotesca, cabelos desgrenhados, dentes arreganhados, voz esganiçada.
Com um bicho vivo numa das mãos, e a outra mão, na cabeça, segurando um ovo!!!
Bem...eu acho que era um ovo, pois no susto, nem o bicho eu consigo, neste momento identificar, seria um cão, um coelho, um gato, um pombo...
O controle remoto escorrega das minhas mãos, minha comida azeda (ou terá sido minha boca?)
Meus olhos estão vidrados naquela figura...
Meus olhos saem do estado semi-letárgico e buscam o nome do Partido, na tela...
Com uma das mãos apalpo onde caiu o maldito controle remoto? Com a outra mão cato a bombinha de ar,
Sei que vou precisar, quando "aquilo" terminar...
Meu Deus! A própria Visão do Inferno, personificada, em candidata...
Penso, ou melhor, rezo fervorosamente:
- " Vai acabar, vai acabar, calma, calma..."
Um grito abafado em meu peito:
- "CRIANÇAS, SAIAM DA SALA!!!" - Ufa! Não tenho crianças...
Mas...
- "ADÔNIS, ALLADIN, NÃO OLHEM, NÃO OUÇAM!!!!" (era só o que me faltava, um cão e um gato adquirirem problemas psicológicos)
Os segundos se arrastam...
Será que o tempo parou?...
Cadê o botão de desligar??...
Socorro!! Aquela boca vai emitir um som...
E "aquilo" derrama sua "plataforma",
em prosa e verso...
"PeloS Idoso
PelaS Criança
PeloS Animal
Super Zefa pra Federaaal...
Dois, DoiS Ovo e um Paaaauuu!!!!
200I"
...acabou a luz?
Não. Achei o botão.
(em 24/Agosto/2006)
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DICAS E EVENTOS ORKULTURAIS
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