Christina M. Herrmann  

Christina M. Herrmann é poeta, webdesigner. Carioca, vive atualmente na Alemanha. Comunidades no orkut: "Café Filosófico das Quatro", "Sociedade dos Pássaros-Poetas" ambos de entrevista e "Orkultural" em parceria com Blocos Online.
Blog: <http://www.chrish.weblogger.terra.com.br>. Página pessoal no Orkut: <http://www.orkut.com/profile.aspx?uid=3958990305271197129>

Coluna 31 - 1ª quinzena de dezembro
próxima coluna: 24/12

COMUNIDADES, PESQUISAS, HIGHLIGHTS, CRÔNICA & POESIA

Em Destaque, nesta Edição:

Poesia (Orkultural e Pássaros-Poetas ): Evaristo Filho, Jeferson Leandro Milani, Loahn O'Donnel, Benvinda Palma, Paulo Ednilson e Arlete Castro

Pesquisas (Orkultural ): Maria Lucia de Almeida, Helder Bello, Claudete  Shinohara e Eliane Linhares

Trovas (Trovadores Noturnos): Beni Soares, Ariete Regina, Vaval Soares; Aurea Charpinel e Paulo Magalhães

Highlight de Entrevista (CF4 ): Leila Míccolis, Poeta, Novelista e Teatróloga

Crônica (CF4 ):: " Nossa Paixão" de Paulo Ednilson


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COMUNIDADES

Jornalismo e Geografia
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=24092763

CaravanaCult
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=23123998

Educação Ambiental
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=60087



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POEMAS DA QUINZENA

Fé de Ouvido

Quando eu senti no meu ouvido
Aquele vento quente
Perdi o sentido
De tudo aquilo ou isso
Que me satisfaz

E agora, rapaz
O que eu sou
Ou não sou mais
De tudo o que fui
Há tempos atrás

Agora eu sei as respostas
Das questões da vida
Todas as propostas
Dos senões
Da guerra e da paz

Mas eu não consigo
Me fazer caminho
De correr perigo
Minha teoria
Não lhes servem mais     excluir

Evaristo Filho




Antítese Existencial


Hoje acordei maldizendo sem metáfora
Todos os meus esforços pela poesia!
Desgraçados poetas geniais do passado
Que celebraram cada amor e fantasia!

Demônios que me sentenciaram à anáfora
A um infausto tormento de repetidas elegias
A um ranger de dentes em som já rimado
A um inferno de plágio que me queima em agonia!

Todo o criar está esgotado!
Todo o tentar é em vão!
Todo o escapismo bucólico
Todo o romantismo melancólico
Todo o realismo psicológico
Todo o parnasianismo metódico
Todo o misticismo simbólico
Todo o modernismo histórico
Todo o “neoismo” insólito
Todo verso está poetado!
Todo verbo já é canção!

Assim refletindo retrospectivo resolvi resignado
Reger recluso uma reduzida vida em aliteração
Quando repentinamente um sentimento inusitado
Impeliu-me em renascente e epopéica direção

O nascer do Sol é, dos dias, mais que evento anafórico!
E se a Beleza houvesse saciado-se com Helena de Tróia?
Então subitamente ressuscitei de minha paranóia
E redimido da existência aliterada, renasci metafórico!

Jeferson Leandro Milani




A Lingua do P

Piracema
Perfeita, proibida
Porto perto...

Pescava Pedro, pensativo
Polonês pagaria por pintados, piranhas
Pirarucus

Pitada, pigarro
Pinga
Pimenta
Peixeira, panela pingando
Peito pelado
Pegou pacote pesado
Pois partiu

Pés pretos
Ponte pisada, pontualmente
Piaçava, pá
Pia
Patroa preparando
Pivetes pedindo pedaços
Pirracentos...
Pratos postos, postas, purê
Parede, Pai pendurado, Providência
Padrinho pede proteção
Pecados perdoados, provamos
Paz

Peças passadas perfeitamente
Perfume
Padre pondera Pôncio Pilatos

Praça, pipoca
Pega-pega
Poeira, poças
Pixe...
Prendas paqueradoras
Passeiam prazerosamente
Poesia pública...
Pensamentos pouco pudicos
Porém puros
Púbicos,
Pero paradisíacos

Primavera

Panfletos, polêmica
Partidos
Pesca precisa parar
Peixe pode perder preço
Padre promove passeata, protesto!
Policia
Presos
Pesquisa pontua polonês primeiro
Polonês pra prefeito!

Passado pleito
Patife...
Polonês proíbe pesca, primeira página
Procriação?
Promulgado projeto pecuário
Povo perdeu

Promessas
Políticas
Pactos, poder
Predadores
Pobres?
Problema...

Putos

Loahn O'Donnel

 

Bem-te-vi

Bem te ouvi.. era de manhã
O sol se escondia entre densas nuvens douradas
Sonhava com minha infância
Quantas doces recordações!
Você me acordou com seu canto alegre
Cortou o êxtase das emoções
Trouxe-me a realidade crua, cruel
Trouxe-me a lida - luta lancinante

A arritmia de meu coração dilacerado,
Violentado, estuprado pela dor
tirou-me a freqüência da alegria
do sabor das coisas simples,da vida bela
Levanto-me aturdida, atônita , abro a janela

E vejo você sorrindo, alegre, saltitante,
Já sei - convidas-me a contemplar
Os raios dourados de sol que aquecem minh'alma!
Bem-te-vi , bem-te-vejo, bem-te-verei
Meu doce e adorado cuco ,
Meu autêntico despertador!
Desperta-me sempre para o amor!

Benvinda Palma

[Bem-te-vi]


Cálice

Sob a pele as cinzas repousam livres do sopro
olhos brilhantes lacrimejam mas não transbordam
surdo o mundo não ouve o descompasso do coração
rugas reminiscêntes espelham tempos idos
esgotado o mundo resta a poesia a reinventá-lo
anjos e demonios bailam ao som de mil liras
o céu e o inferno fundiram-se nas esquinas da vida
o mundo fechou cortinas no horizonte
distante perdi o rumo sem prumo não sei voltar pra casa
o novo já nasce velho perdi o costume do consumo
a vida consumida pela ausência de vida é lida
ambiguidade me deixou tetraplégico
faca de dois gumes fere mas não define o corte
quando o que sangra é a morte a vida não estanca
peito que não suporta farsa não disfarça ira
ainda nascem rosas nos cemitérios
o belo floresce em qualquer lugar
morta serpente resta o veneno
comportado o corpo apenas comporta
suporta a vida presente
se me amas não me digas que me amas
me ame simplesmente
a palavra é lavra do engano
não me queiras pelo que digo
me procures no que sou
envelheço em barris de carvalho
protegido do orvalho de vossas manhãs
apuro o sabor na sombra
calo-me à espera do cálice fatal

Paulo Ednilson

[Gavião - Caçador]



Miragem

Parecia um mar ao pé da cidade
Parecia que as pessoas
tinham parado de correr
Parecia que as portas
estavam todas fechadas
e que toda gente sorria
e que nem solidão havia
Parecia que a gente se amava
e que os outros também
Parecia mas não era verdade
Miragem, engano, esperança...
Não sei
Enquanto isso a grande cidade
acordava para ser o que sempre fora.

Arlete Castro

[Juriti-Piranga]

 

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DESTAQUES DA “TROVADORES NOTURNOS”

Do tópico ´Trovinhas a Quatro Mãos´:

Esta vida é uma canseira, [ Beni Soares ]
deixa a vida me levar. [ Ariete Regina ]
No ritmo da brincadeira [ Vaval Soares ]
Trovas de amor e luar. [ Aurea Charpinel ]


Do tópico ´Trovas Non-Sense':

Sapiência vem a ser
Uma virtude do sapo
Educado pra valer
Sempre usa guardanapo.

Donald usa só teclado
Mas Mickey prefere mouse
Ontem, muito admirado,
Vi os dois numa lan-house.

Paulo Magalhães

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HIGHLIGHTS

[De entrevista no Café Filosófico “Das Quatro”]


20/08/2005 20:29 Respondendo à Chris

Chris, muito obrigada pelo convite, e pelo carinho boas-vindas. Respondendo suas perguntas: sim, sinto necessidade de isolar-me quando crio, principalmene para a TV, pois, em geral, temos hora marcada para entregar o capítulo, então é trabalho tipo "sob pressão". Quanto à equipe de direção e atores há histórias muito interessantes, que vou aos poucos contando. Escrever para TV é também ter grande jogo de cintura para lidar com os bastidores... rss...
Não temos tempo para ver ensaios ou gravações (são quase 40 páginas diária), mas ver os capítulos é quase obrigatório, para checarmos o que está indo bem ou não. Tensão há sim, mas há também muito prazer e diversão, então contrabalança...
"Light" não dá muito não, às vezes; mas é bem gratificante, há muitíssimos mais prós do que contras - ainda bem... rsss. Beijos, Leila

 

20/08/2005 20:39 Respondendo à Solange

Muito obrigada pela acolhida carinhosa, Solange, o prazer é meu por estar com vcs tb. A poesia é meu gênero literário preferido. Sem dúvida alguma. Dela brota tudo. Sim, eu leio muitíssimo, acho que leio mais até do que escrevo, justamente pelo Blocos Online, e acho que isso só enriquece o que escrevo, estou arejando idéias o tempo todo.
Eu não tenho esse critério de valor: algo é bom ou algo é ruim. Ás vezes chego a dizer para os meus alunos que o muito bom é pior do que o que não gostamos, porque no texto ótimo não há polêmica, só aplausos; e com o texto ruim conseguimos ter um diálogo mais amplo.
Segundo a poética (em termos filosóficos) todos somos poetas, porque a poesia é a morada do ser. Poesia é linguagem (diferente de fala). No entanto, essa poesia que levanta questões ônticas está muito afastada de nós. O que vemos é ainda a idéia romântica de que poesia está ligada apenas ao sentimento e não ao pensamento (a técnica também é muito importante). Aí, o que mais vemos, é desabafo virar poesia... rss... Bjs, Leila 
 

20/08/2005 20:45 Para Carlos Arthur

Carlos Arthur, realmente quanto tempo! Esse orkut é maravilhoso, todo dia me reserva deliciosas surpresas. Bom, você pergunta qual o gênero mais difícil, no meu entender. Eu acho que a poesia, pela concisão e a crítica literária porque um bom crítico (no meu modo de entender) precisa entender bastante de teoria literária, não basta ficar no "achismo" (acho bom ou acho mal). Deveria levantar questões interessantes, realçar pontos apagados e externar com clareza seus pontos de vista. E essa ponte entre o livro e o leitor (portanto também tendo em vista a teoria da recepção, para conseguir um tipo de abordagem que alcance o público a que determinado livro se dirige) não me parece nem um pouco fácil. Chegue mais, Carlos Arthur. Abraços, Leila

Leila Míccolis

{Poeta, novelista e teatróloga]


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O QUE VOCÊ ESTÁ LENDO? 

27/10/2006 09:48

José Saramago
"O Evangelho segundo Jesus Cristo"
"Só os olhos de Maria estavam abertos, brilhando na penumbra, e continuaram a brilhar mesmo depois de o lume se apagar de todo, mas isto não é nenhuma admiração, sucede a todas as mães desde o princípio do mundo...".
RECOMENDO!

Maria Lucia de Almeida


 
27/10/2006 10:00

Bem ... estou a ler três livros para a faculdade. Mas esses não contam, hehe.
Terminei, recentemente, a terceira leitura que fiz do famigerado livro de Kundera: "A insustentável leveza do ser".
Concomitante com esse de Kundera, estava (e estou) lendo, igualmente pela terceira vez, o belo "Crime e Castigo" de Dostoiévski.
E também estou quase terminando o burlesco: "Complexo de Portnoy", de Philiph Roth.
Enfim ... que leiamos, então.
Abraços aos virtuais amigos.

Helder Bello  


04/11/2006 07:10
Antologias do Café Filosófico "Das Quatro".
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1190640

Claudete  Shinohara
 


04/11/2006 13:51

Comecei a ler O Signo do Humberto Eco. Tá na fila A natureza mística de Marxismo cujo autor é o Villaverde. Parece ser bem interessante.

Eliane Linhares



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CRÔNICA

Nossa Paixão

Paulo Ednilson

E lá está ela, na sua brancura de neve, deslizando, rolando, pulando serelepe pra lá e pra cá. Voa, mas raramente vai aos céus porque é no chão que é amada e desejada por todos. Passeia pela relva com arrogância de quem sabe estar sendo cobiçada e, realmente, está. A arena está repleta, gladiadores medievais a disputam em cada centímetro do terreno, corpos suarentos chocam-se em um combate viril, é preciso toca-la para entrar em cena e esses guerreiros, vaidosos como são, querem tê-la sempre junto a si, no entanto, ela só se dá a quem tem nos movimentos agilidade de tigre e esperteza de raposa, só aos que a protegem com zelo de amante, é preciso, nessa relação, misturar virilidade e sensibilidade, ingredientes indispensáveis dessa grande ode, que tem seu ápice no momento em que um guerreiro mais afoito, na preciosidade de um toque sutil, a leva roçar os quadriláteros brancos da malha que por fim a aprisiona. Depois... ela volta para ser do círculo o centro, de tudo..., de todos..., pois, todos se rendem diante dessa diva dos gramados, que se chama, simplesmente, BOLA.

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DICAS E EVENTOS ORKULTURAIS

Acesse o fórum de debates e eventos da nossa comunidade:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=4952440

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