Christina M. Herrmann é poeta, webdesigner. Carioca, vive atualmente na Alemanha. Comunidades no orkut: "Café Filosófico das Quatro", "Sociedade dos Pássaros-Poetas" ambos de entrevista e "Orkultural" em parceria com Blocos Online.
Endereço do Blog, reunindo todos os seus sites e comunidades: http://chrisherrmann.blogspot.com
Coluna 32 - 2ª quinzena de dezembro
próxima coluna: 24/1/2007
ORKULTURAL ESPECIAL DE NATAL – POESIA & CRÔNICAS
Hoje é véspera de Natal, época de Confraternização e proximidade do Ano Novo, que traz com ele, o aumento de nossas esperanças de tempos melhores (sim, porque de salário é coisa para políticos, não é mesmo?).
Aos leitores, parceiros e colaboradores da Orkultural e, em especial, aos editores de Blocos Leila Míccolis e Urahcy Faustino e nossa cronista Solange Firmino, deixo meu Muito Obrigada pelo apoio dado à coluna durante todo o ano de 2006. Tem sido gratificante Orkulturar com todos vocês!
Especiais agradecimentos ao AcessaSP do Portal do Estado do Governo de São Paulo pela notícia veiculada que aponta a comunidade Orkultural entre as mais construtivas do Orkut. Não há melhor presente de Natal para mim e para todos os envolvidos no projeto que o reconhecimento positivo do nosso trabalho.
Os destaques da quinzena são:
Poesia: Leila Míccolis, Chris Herrmann e Clauky Saba.
Crônicas:"Orkultural reconhecida no Portal do Estado de SP " de Teresa Mônica Mavignier e "Conhece-te a ti mesmo " de Solange Firmino.
Um Bom Natal a todos e um 2007 ainda mais promissor!
* * *
POESIA
Homenagem a Nel Meirelles:
AD INFINITUM
Nel?
Poeta a granel
(na Terra ou no céu...).
Leila Míccolis
o céu se recria.
mais um anel de saturno
: cosmopoesia
Chris Herrmann e Clauky Saba
[Outras homenagens ao Nel podem ser lidas em Anel de Saturno e também no tópico Nel Meirelles (In Memoriam) na comunidade CaravanaCult]
Natal:
nati-vôo
voam tão alto
aqueles pássaros
que os homens
não os enxergam,
não os percebem,
mas eles (co)existem.
e gritam surdos
dentro em nós.
de ventos
em templos
guardam
sob as asas
os (a)mares,
e as brigas
e castelos
(de areia)
que ficaram
sob as ondas.
pousam nús
em verdes campos,
suavemente...
devoram a relva
sem pudores.
e deixam-se
embriagar
pelas cores
das flores.
dançam loucos,
bêbados e livres
divina coreografia.
sem batina,
geografia ou etnia
embalam poesia.
um chorus infantil
invade a lavoura.
pássaro-menino
quer aprender
(finalmente)
a voar.
abrem-se os céus,
forma-se
nuvem-manjedoura.
uma folha cai
e uma borboleta voa.
^Chris-Borboleta^
Christina Magalhães Herrmann
* * *
CRÔNICAS
Orkultural reconhecida no
Tanto na Internet quanto no orkut é possível encontrar todo tipo de conteúdo, desde os mais desprezíveis até os mais educativos.
Um controle de qualidade sobre as comunidades do orkut tornou-se uma necessidade imperativa e inadiável. Até porque é cada vez maior o tempo que nós empregamos na “vida virtual”, em todos os sentidos.
A antiga ida ao banco para efetuar as cotidianas operações financeiras, a ida ao jornaleiro para olhar as manchetes dos jornais e os lançamentos de revistas, a ida ao supermercado, a ida às compras em lojas de departamentos... tudo isso pode ser feito apenas “navegando” na web. Sem falar da ida às bibliotecas, museus, arquivos, ou toda fonte de informações registradas.
Muito prático: evita-se as cansativas filas, o tumulto das lojas, a procura de vagas para estacionar... mas e o contato social? Esse também pode ser substituído pelas incontáveis comunidades virtuais organizadas sobre todo tipo de assunto.
O instrumental tecnológico de comunicação em rede está cada vez mais disponível, e como todo instrumental pode ser usado para “o bem ou para o mal”. Portanto, cabe às instituições sociais exercer o controle da forma mais razoável possível sobre os atuais recursos tecnológicos disponíveis até mesmo às crianças.
O Poder Público desempenha um papel muito importante nesse sentido. Como exemplo recentíssimo, podemos citar a iniciativa do Portal do Estado de São Paulo “carimbando ” com um selo de qualidade algumas comunidades do orkut, utilizando o critério educativo (construtivo e interessante).
E o reconhecimento dessa qualidade representa um prêmio para que tem investido toda a energia para garantir o alto nível das informações veiculadas nas suas comunidades.
Não é fácil manter uma comunidade de alto nível. É preciso estar atento e até se antecipar às inúmeras investidas para comprometer o andamento das discussões nos tópicos. É necessária uma triagem prévia dos participantes (que pode parecer, a primeira vista, antipática). É um esforço concentrado de atenção permanente.
É um trabalho invisível, mas muito árduo, cujo resultado são esses fóruns agradáveis e enriquecedores dos quais podemos participar. Portanto, a nossa querida Chris tem todos os motivos para fechar este ano com chave de ouro, ao receber a divulgação da notícia de que a Orkultural está situada entre as melhores comunidades do orkut.
Os monitores do AcessaSP, por meio da lista de discussão, decidiram destacar as "comunidades construtivas" e interessantes no Orkut que “seriam aquelas que contribuem para algum tipo de aprendizagem, para informações, para manter o usuário mais preparado e informado sobre o mundo e a vida”. Segundo esses critérios a comunidade Orkultural foi reconhecida entre as melhores comunidades do orkut, pela sua valiosa contribuição nos temas como Artes, Cultura, Filosofia, Ciências, Causas Sociais, Meio Ambiente... vinculados à coluna Orkultural de Christina Magalhães Herrmann no portal Blocos Online.
http://www.acessasp.sp.gov.br/html/modules/news/article.php?storyid=226
Aproveitamos a oportunidade para agradecer à equipe do Portal AcessaSP pelo reconhecimento da comunidade entre as melhores do orkut e especialmente à moderadora pedagógica Tíssia Nunes responsável pelos critérios dessa distinção, que muito nos honra.
Gostaríamos, finalmente, de acrescentar que, se o tempo gasto navegando na “vida virtual ” é um tempo cada vez maior, o esforço dedicado à manutenção de uma comunidade de alto nível é um esforço mais do que recompensado.
Teresa Monica Mavignier
Conhece-te a ti mesmo
Os personagens da série “Star Trek - Jornada nas estrelas ” encontram-se em missão para explorar formas de vida e novas civilizações, e estão num futuro bem à frente da época em que vivemos. Há pouco tempo passou um episódio que retratava o homem no século 24. Os tripulantes da nave Enterprise encontraram homens que acabaram de acordar da criogenia, ou seja, permaneceram com os corpos congelados após a morte na intenção de um dia reviver.
Mais que um tema de ficção, a criogenia é uma prática que já tem adeptos pelo mundo. Os conhecimentos da ciência ainda não garantem trazer de volta à vida um cadáver congelado, mas os adeptos certamente esperam que no futuro alguém o faça.
O fato é que os humanos da série acordaram e, vendo toda a mudança dos séculos que passaram e o modo como viviam atualmente, temiam voltar à Terra. Os terráqueos daquela época viviam bem, social e politicamente, e não buscavam riquezas.
Conversando sobre dinheiro e coisas materiais a que damos importância agora, um deles perguntou ao capitão “qual é o desafio?” O capitão respondeu que o desafio era “melhorar a si mesmo, enriquecer a si mesmo”.
Programas atuais mostram como a ficção científica antecipa o futuro muitas vezes quando usa a imaginação para criar o que ainda não existe. O progresso científico visa primeiramente a um futuro melhor e as ficções futuristas pretendem falar das sociedades pós-modernas e seus avanços científicos e tecnológicos que permitam essa melhora. Na literatura, nos quadrinhos, nos videogames, no cinema, falamos sobre clonagem, andróides e robôs. Mas no futuro não seremos máquinas, ainda seremos (será?) humanos.
A fascinação pelo futuro é flagrante nos altos índices de bilheteria do gênero ficção científica. Nossas previsões são suposições, são sabemos o que acontecerá, mas elas dizem muito sobre nossos medos. O futuro da ficção científica é contemporâneo enquanto crítica do presente, como exemplo, nos filmes que mostram os receios sobre as funções das novas tecnologias e seu impacto nos homens que a utilizarão.
Frankenstein questionou seu feitor, ainda não tivemos máquinas que nos questionassem, e espero que filmes como Matrix, em que as máquinas revolucionam e dominam o mundo, não sejam as inquietações que mais nos amedrontam. Todas as previsões sobre o fim do mundo falharam até agora. E se alguém acertar, não saberemos. Mas nem os escritores de ficção, nem os videntes sabem de todos os destinos, porque quanto mais vivemos, mais descobrimos que o futuro é construído através de nossas ações. Do Oráculo de Delfos, a frase “Conhece-te a ti mesmo ” influenciou o filósofo Sócrates e continua nos influenciando. Jung disse no prefácio do livro “Psicologia do Inconsciente” que “o autoconhecimento de cada indivíduo, a volta do ser humano às suas origens, ao seu próprio ser e à sua verdade individual e social é o começo da cura da cegueira que domina o mundo de hoje”. Várias religiões há tempos apontam a busca de si mesmo como princípio de sabedoria e encontro com a divindade. Por isso manuais de auto-ajuda sempre fazem sucesso. O poeta Carlos Drummond de Andrade falou no poema “O homem; as viagens” que, depois que o homem colonizar vários planetas, restará a “dificílima dangerosíssima viagem/ de si a si mesmo:/ Pôr o pé no chão/ do seu coração... ”Se no século 24 já tivermos superado a ganância, a pobreza, a desigualdade social e a guerra, só faltará o autoconhecimento, que, se estivesse em primeiro lugar, excluiria todas as outras coisas que deixamos por último. A todos os leitores da Orkultural, um bom futuro e uma boa busca, é o que desejo em 2007 e em todos os anos futuros que ainda tivermos pela frente. Sugiro também a leitura dos textos “Carpe diem ”, na Orkultural de dezembro de 2005 e “Para onde você olha?”, Orkultural de janeiro de 2006.
Solange Firmino
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