COLUNA DE THATY  MARCONDES 
Na área empresarial, trabalhou na implantação de projetos de administração, captação e aplicação de recursos, e ainda em redação e revisão de textos técnicos. Nascida em Jundiaí, reside atualmente em Ponta Grossa/PR.

2ª quinzena de agosto

O CAMINHO DO MEIO

Toda sociedade tem seus parâmetros para conseguir separar o joio do trigo, o bom do mau. Existem regras básicas de conduta, para que a grande maioria populacional tenha seus direitos devidamente respeitados. Para que isso ocorra, é claro, teremos que ter, sempre, um compêndio de regras a seguir, de leis, códigos, que coloquem limites entre o razoável, o aceitável e o que não tem cabimento, em se tratando de postura moral. Os budistas dizem que o ideal é o CAMINHO DO MEIO, ou seja, o equilíbrio, ficar acima das impropriedades e das injustiças. Cada vez que me lembro deste parâmetro, visualizo em minha mente um oriental andando sobre uma corda bamba, entre o inferno e o paraíso, como se fosse um malabarista, levando em suas mãos um árduo fardo a carregar, com todas as tentações possíveis. Parece-me que ao chegar do outro lado da margem desse rio de águas revoltosas e que se digladiam, como uma imensa pororoca, ele deverá estar, por certo, muito cansado. Será? O cansaço físico é suportável, pois a mente determina a intensidade. Se sua mente estará mais sã do que no início da travessia, devo presumir que ele estará feliz. E não se desviou da rota traçada, do planejamento, de sua ótica de CONDUTA. Palavrinha porreta essa: CONDUTA! Antigamente a gente decifrava até os códigos físicos dos bandidos e dos mocinhos, das moçoilas casadoiras e das mundanas baratas. O mundo caminhou e tudo mudou. Lembrei-me da Ópera do Malandro, de Chico Buarque de Hollanda (baseada na Ópera dos 3 vinténs, de Brecht). Hoje em dia não existem mundanas, pois, afinal, estão sendo reconhecidas como prostitutas profissionais, por tratar-se de uma das mais antigas profissões da história da sociedade. E o malandro? E o bandido? E o mocinho? Onde estará Hobin Hood?

Estou perdidinha, principalmente na Internet — nesta, especialmente, decepcionada —, pois está ficando muito parecida com nossa civilização real: joguinhos políticos, complôs arquitetados, desmoralização, e por aí vai. Uma infinidade de facções que não perceberam, ainda, que se trata da GLOBALIZAÇÃO e não da FACÇÃO POR PANELINHAS ou PARTIDOS. Há crianças brincando de gente grande, achando que podem sair por aí dando tapas na sombra, desprezando a tudo e a todos, pois eles são o NOVO, o REVOLUCIONÁRIO, o INTELECTUALMENTE MAIS ATIVO! Ora, quando houve, de fato, uma revolução de idéias, uma mudança de diretrizes, uma guerra em prol da dignidade humana neste país, onde estavam essas crianças? Acho que sequer tinham nascido! Ainda “cheiram a fralda”, como se dizia antigamente, e se acham os donos do mundo. Oras, dispam sua roupinha de heróis e donos da verdade, pois nós, os “coroas”, estamos por aqui, tentando fazer, desse, um mundo melhor, com mais igualdade, com mais compreensão, com mais paz. É difícil, eu sei, mas estamos tentando nos equilibrar na corda bamba pelo “caminho do meio”. O que nos atrapalha é esse tal “peso” que carregamos às costas: O fardo dos anos, das experiências vividas. Mas, quem sabe, não será esse o fator de equilíbrio para que a gente não caia?

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