POESIA PARA MUDAR O MUNDO - 2014 - BLOCOS ONLINE
Flavio Machado

Flavio Machado - Nascido no Rio de Janeiro, em 04 de Fevereiro de 1959. As primeiras experiências literárias foram com teatro de bonecos na infância. Durante a adolescência participou de festivais de música, sendo premiado: Terceiro lugar em 1976 no festival de música do Colégio Clóvis Monteiro/RJ. As letras de música aos poucos deram lugar aos poemas. Participou do grupo editorial da Revista Poetagem editada na PUC-RJ no início dos anos 80, colaborou com movimentos literários como o chamado: "poesia marginal". Possui textos publicados em várias Antologias, iniciando a participação com: "Cem poemas Brasileiros" pelo selo Veia Poética em 1981. E "Florações Poéticas", da Editora Trote, lançado em 1986. Vencedor de prêmios literários, o concurso organizado pela Editora Blocos em 2002, originando a publicação do livro: "Sala de Espera", em 2003. Colaborou com órgãos da imprensa alternativa, tais como: Tribuna do Norte, Galope Poético, Poemas do Poste, Correio das Artes, etc. Alguns poemas fora publicada em outros países: Estados Unidos, França e Argentina. Influenciado por Oswald de Andrade, Mario Quintana e Ferreira Gullar e poetas do movimento de "poesia marginal" dos anos 80. Alguns críticos consideram o estilo da escrita como cinematográfico. Membro da Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências, ocupando a cadeira de número 26. Formado em Engenharia Agronômica e de Segurança do Trabalho. Casado com Ana Cristina César, mora atualmente em Cabo Frio no Estado do Rio de Janeiro. Tem quatro filhos (três meninas e um menino) e dois netos.
flaviomachado_@uol.com.br

da casa.

encolhia no sofá pelo frio e aconchego das cobertas
conforto da alma no quarto improvisado

poucos móveis tínhamos
poucos motivos para uma alegria absurda construída de quase nada

fechava os olhos e abria -se a viagem
para todas as direções
passavam serras
rios
florestas
cidades
tudo cabia na bagagem

as vozes distantes
o vulto apagado do pai na mesa de jantar
com o velho hábito da farinha engrossando o feijão
a laranja com casca cortada em gomos.
a santa acendia-se imóvel
fervia a noite apertada
o sofá transformado em cama
a sala em quarto
a felicidade não tinha vergonha do pouco espaço.

da casa.


Nota: o poema pode ser lido verso a verso na ordem invertida, a critério do leitor.

Flavio Machado
Capa
Créditos