Janete Santos - É natural de Macapá-AP, morando há mais de 10 anos no estado do Tocantins, onde trabalha (UFT) como professora e pesquisadora de questões de linguagem. Participa de duas academias de Letras e de algumas associações que valorizam a arte literária (REBRA, AJEB, APES, Portal do Poeta Brasileiro). Lançou alguns livros, com publicação independente, com poemas, crônicas e contos. É graduada em Letras (UFPA), com doutorado em Linguística Aplicada (Unicamp).
janetesantos@uft.edu.br
o salto não concluído
o mágico rio minguado
o projeto distante da fila
tudo está fora do trilho
na recessão de ideias
na economia de sonhos
na inspiração apática
só meio desejo não basta
pra poesia que não veio
pra poesia que se foi
pra poesia incolor
divórcio entre poeta e amor
averiguando meu gosto por rimas
lembrei meu período de infância:
a música na rádio vespertina
inculcando-me suma elegância
depois achei os livros poéticos,
que eu lia como quem bebe sucos
gelados em campos desérticos,
bem tecidos por nomes de vultos
mas parte disso devo a meu pai
admirador que era de tais artes;
pena que a labuta não lhe permitia
maiores momentos de descontração
pra, da lida freando a preocupação,
deleitar-se mais nessa fandanguia