Christina M. Herrmann é poeta, webdesigner. Carioca, vive atualmente na Alemanha. Comunidades no orkut: "Café Filosófico das Quatro", "Sociedade dos Pássaros-Poetas" ambas de entrevista e "Orkultural" em parceria com Blocos Online.
Endereço do Blog, reunindo todos os seus sites e comunidades:
http://chrisherrmann.blogspot.com
Coluna 47 - 1ª quinzena de agosto
próxima coluna: 24/8
POESIA
Apresentamos a vocês alguns poemas postados nas comunidades Café Filosófico Das Quatro, Orkultural e Sociedade dos Pássaros-Poetas, dos seguintes autores:
Rejane (Mel) Britto – Rosângela Jacinto – Virgínia Fulber (Além-Mar) – Sônia Tarassiuk – Ângela Maria Duarte – Antonio Carlos Rocha – Sonia Ortega – Lenise Marques
Abraços a todos e até a próxima coluna!
* * *
POESIA
Ao som do teu sorriso...
Rejane (Mel) Britto
nos dentes
de um piano
- em tom veemente -
cantigas de luz
(em grande plano)
iluminam
minha mente
Vidas Ceifadas
Rosângela Jacinto
O dia é 17 de julho de 2007,
a hora é do desembarque,
no início da noite,
ao chegar em São Paulo,
vindo de Porto Alegre,
o vôo é o TAM JJ 3054,
as pessoas na aeronave são 186.
Mas o avião não cumpriu seu destino,
numa viagem incompleta,
frustrou todas as expectativas
e todas as alegrias de vida,
dirigiu-se ao encontro da morte,
que o envolveu em suas chamas...
Vidas ceifadas,
dores eternas
plantadas em nós.
Risos interrompidos,
lágrimas de sal e pedra.
Tantas vidas,
de todas as idades,
no início da jornada,
no meio e no fim...
Ao dizer adeus
não imaginaram que seria a última vez,
não imaginaram que seria mesmo um adeus...
Voem almas,
voem rumo aos céus,
encontrem a paz
que aqui não há.
E que todo o amor
que vós semeastes aqui,
ainda que num simples sorriso,
floresça para a vida eterna.
Amém.
VII Palavras...
Virgínia Fulber (Além-Mar)
Sob palavras encobertas,
espreita um ser que fala,
e dizendo revela a espera,
da palavra fera
Da garganta brava,
escorrega pelos dedos e aflora,
brota a vermelha terra!
Um dizer displiscente,
um prazer quente,
abrange membros e tange,
o ranger dos dentes!
Palavras fera,
que só por estranhas esferas,
desperta o que já era!
Dizer não basta
quer rosnar,
riscar o chão,
abordar a farsa!
Na procura
cai a máscara
sai enrredo...
Vai o medo...
vem palavra,
brinquedo !
Minha alma
Sônia Tarassiuk
Aprisionada e oculta na rústica embalagem,
minh'alma vagueia... tateia... e adormece.
Foge-lhe o sentido; cala-se a mensagem,
se é que, por ventura, alguma tivesse...
E enquanto não soprar a libertadora aragem,
silente, inerte e inútil, permanece!
As Borboletas Azuis
Ângela Maria Duarte
porque voam as borboletas
como nunca voaram dantes
Vão e vem em piruetas
num bailar azul constante
Porque voam as borboletas
puro-pólen-poesia
pincelando aquela tarde
de puro encanto e magia
Ali voam as borboletas
para bordar o cenário
da tua casinha singela.
No último aniversário.
dezenas de borboletas
despertam o nosso riso.
E TU nos diz ENCANTADO:
"NADA MAIS ME É PRECISO"
[Ao meu pai José Caetano Duarte (Zezé de Amâncio) 07/03/1923-07/07/2007]
Mundo Mágico
Antonio Carlos Rocha
Atrás daquela montanha,
o que existe?
O vale dos sonhos?
O céu pintalgado de ninfas rosadas?
O cavaleiro de espada em riste?
O encantador de serpenstes?
A pedra filosofal ?
Branca na roda dos anões de jardim?
O baile na catedral?
A água pura das nascentes?
A lâmpada de Aladim?
A dúvida de Hamlet?
A caverna de Platão?
A melodia do amor sem fim?
O gavião traz uma sardinha no bico.
Vem da montanha, vem do mar.
O gato se assanha: o peixe é meu!
A ave responde: o mundo é meu!
Deixa o repasto e come o ar.
Ah! Se a Terra fosse mágica!
Não seria tão trágica.
Explícita
Sonia Ortega
Do meu verbo
sem juízo
recolho
(outrora lucro)
meu prejuízo
Palavras sãs
em lavras vãs
esvaem-se
Revoltam-se as implícitas
e soltam-se, explícitas
Algumas copulam
outras confabulam
grafadas
imantadas
enquanto calo...
E no silêncio
eu também falo.
Samurai
Lenise Marques
Zuimmm!
Corta a sala o olhar!
Docemente cruel!
Lampeja na escura íris
o brilho das estrelas metálicas
da lâmina samurai.
O olho afiado rompe
a roupa, a carne, o sangue
deixando a alma nua,
rendida! Misericórdia!
E em um looping mergulha
no aço do olho prateado
o meu pobre olhar subjugado:
definitivamente kamikaze!
***
LEIA A “SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL” de BLOCOS
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