Christina M. Herrmann

Christina M. Herrmann é poeta, webdesigner. Carioca, vive atualmente na Alemanha. Comunidades no orkut: "Café Filosófico das Quatro", "Sociedade dos Pássaros-Poetas" ambas de entrevista e "Orkultural" em parceria com Blocos Online.
Endereço do Blog, reunindo todos os seus sites e comunidades: http://chrisherrmann.blogspot.com

ORKUTURAL, LIGADA A ESTA COLUNA QUINZENAL, FOI INDICADA PELO PORTAL DO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO COMO UMA DAS OITO MELHORES COMUNIDADES DO ORKUT, NA CATEGORIA CULTURA E CONTEÚDO DIDÁTICO, EM 2006

SÉRIE HOMENAGENS – REINÉRIO SIMÕES

Nesta série trazemos escritores que têm ou tiveram passagem pelo Orkut, menos ou mais conhecidos, mas que através de seus escritos trouxeram aos seus leitores encantamento, respostas ou novas perguntas. 

O homenageado da quinzena é Reinério Simões – Professor, Filósofo e Poeta de enorme talento. No Orkut, ele foi entrevistado recentemente na comunidade "Discutindo Literatura “ da escritora Luciana Pessanha. Atualmente, ele está sendo entrevistado na minha comunidade "Café Filosófico Das Quatro “, num gostoso bate-papo com os membros.

Reinério Simões – Biografia

Reinério Luiz Moreira Simões é carioca. Possui graduação em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1977), mestrado em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1999) e doutorado em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2003). Atualmente é professor adjunto da Universidade do Grande Rio e professor adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia da Imaginação, atuando principalmente nos seguintes temas: sartre, absurdo, linguagem, filosofia católica, imaginação, imaginário, ontologia da imagem, serviço social, filosofia social e ensino de filosofia no nível médio.

Reinério Simões – 3 Poemas

Cronoterapia

a seta do tempo não tem retorno.

a borboleta não volta ao casulo
para reaprender a voar.

a massa de pão
não regressa ao trigo
para cozer no ponto certo.

a casa não pode desfazer as paredes
sem arruinar o teto.

a meta do tempo não tem alvo.

reto e curvo, asa no vento,
o tempo dissolve os que são,
o tempo não pode ser salvo.

 

Filósofo

antes de ser,
já fui o projeto de ser.
hoje não sou mais
o suicida adiado no convés.

já não faz falta
o chão que sumiu
embaixo dos meus pés.

já não mergulho no forno
minha cabeça de porcelana.

já não faço drama da gana
(fortaleço o esqueleto
na dose do sofrimento).

sou sombra e momento
já sem o inseto de Psiquê.

antes era moldura sem retrato:
hoje sou todo teatro
- o lugar onde tudo se vê.

 

Poema para o útero da mulher amada

Em teu útero depositei,
com as águas do meu amor,
a semente dos nossos filhos.

Teu útero fértil e amoroso
acolheu as sementes fecundadas
para germinarem a colheita
dos nossos filhos.

Hoje tens o solo da vida
ilhado de sangue e a dor
maior que a flor nascida
dos nossos filhos.

Eu canto para ti, mulher,
e para teu útero de água,
luz e terra.
Podem retirar teu útero
adoecido, podem podar teu ventre
da seiva criadora.
Mas não podem apagar de teu corpo
as marcas maravilhosas da mãe,
não podem roubar de ti
o privilégio feminino
da gestação.

Entregas hoje teu útero à vida
como já o fizestes antes.
Era preciso sacrificar teu solo
para purificar os diamantes
dos nossos filhos.

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