COLUNA DE VÂNIA MOREIRA DINIZ

Nº 42 - 6/6/2008
(próxima: 21/6)

          

Dia de Amor

           Nesse momento quero esquecer tudo que não se refira a romantismo e alegria, olvidar as crises do país, a corrupção de pessoas que não se dão ao respeito, não lembrar nada daquilo que possa macular a doçura imensa que me domina e a milhares de pessoas tocadas por esse dia especial. Quero deixar que os eflúvios dessa canção cheguem até minha alma em concentração com carinho numa retirada poeticamente perfeita.
           Enquanto caminho, com a imaginação acelerada, o coração em festa íntima, posso apreciar essa natureza tão pujante sempre, e preparada para o apogeu de todas as estações. Enquanto o verde se mistura às cores variadas numa festa de vida e luminosidade, convido meu interior a participar desse evento.
           Continuo a andar dando graças ao Senhor absoluto do Universo que criou tanta beleza e tenho consciência do meu privilégio de estar aqui, usufruindo essa magnífica estadia nesse planeta, e principalmente vivendo-a integralmente.
           Sinto o amor em suas variadas formas e tenho um profundo respeito por esse sentimento tão poderoso que independe de pensamentos e raciocínios. Não há dia, nem hora, não há o porquê e a razão se perde em seu sinuoso e profundo existir.
           Junho é o mês do amor dos namorados, em que seus adeptos não vêem mais do que o olhar profundo daquele que o está fitando perdido em seu próprio mundo e carecendo do gesto de seu parceiro.            É a época do recolhimento a dois, das expressões de amor só compreendidas por quem ama. Nada é preciso senão amar. Essa sensação por vezes considerada pueril, mas a única que permanece indelével desde os primórdios do mundo.
           Enquanto estava a refletir em todo esse mistério e o fascínio desse sentimento único capaz de absorver as pessoas e torná-las livres de interesses materiais, vi um jovem casal que se beijava. E fiquei disfarçadamente apreciando essa demonstração, a mais bela e profunda de carinho e de paixão. Nesse momento nada existe de mais bonito e tudo em volta é pequeno e insignificante.
           E nessa hora em que nos doamos, a única verdade é a entrega mágica que se torna realidade, instantes que nunca voltarão. Poderão surgir outros, mas não esse exatamente, e daí o valor imenso de cada acontecimento ou gesto que a vida recebe de nós ou nos permite vivê-la.
           Quando observei discretamente os dois adolescentes pensei nas primeiras sensações maravilhosas que vem de um relacionamento como o amor. E como essas crianças devem curtir esses momentos sem, no entanto, talvez saber da sua grandeza. Da fortaleza que pela vida afora eles significarão. Paixão e amor em uníssono a nos transtornar, fazendo-nos viver experiências com a trepidante emoção que cada acontecimento nos traz.
           E nesses dias, parece que o sol nos ilumina e aquece com mais propriedade, revigorando as horas de uma poesia realmente necessária e deslumbrante, a gritar dentro do coração e deixar o eco de palavras cariciosas que se transformam no desejo, e no prazer finalmente realizado.

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