COLUNA DE VÂNIA MOREIRA DINIZ

Nº 45 - 21/7/2008
(próxima: 6/8)

          
(atenção: novo e-mail)

Presença Eterna

Desculpem-me, mas hoje preciso falar de tristeza . Embora a vida seja constituída de alegrias e dores e ambas façam parte de nosso caminho, peço àqueles que não gostam de textos tristes que parem aqui.

Gostaria de falar de felicidade, presença, flores que encontramos pelo caminho e o paraíso maravilhoso que nos hospedamos enquanto usufruímos o prazer da vida. Queria poder olhar o horizonte com a mesma alegria de todos os dias e procurar no sol a luz que habitualmente nos aquece. E talvez correr para minha terra onde o mar foi sempre meu amigo e confidente. Anseio tirar de mim essa angústia e aceitar o descanso eterno que não compreendemos, mas que podemos pelo menos imaginar.
Há pessoas que dizem que tristezas não existem, mas a verdade é que sem elas não entenderíamos o valor fascinante dos momentos preciosos de felicidade. Todos os estágios e sensações estão presentes neste planeta e experimentamos cada um deles, contanto que saibamos discerni-los com a mesma percepção e aceitá-los como parte da vida e de nossa evolução.

Mas hoje vou falar de uma jovem de pouco mais de vinte anos que partiu hoje e que conheço desde que nasceu.

Uma tristeza infinda toma conta de todas as pessoas que conheceram e privaram da amizade dessa menina maravilhosa. Que sorria permanentemente mesmo passando mal, e sabia desfrutar cada momento de sua existência.

Tinha um tumor no cérebro desde os três anos de idade e várias operações foram realizadas até que já não era possível operar. Sofreu intensamente, mas não deixava nunca de sorrir, se animar, ver e apreciar o que amava. Achava a vida fantástica.

Ontem à noite ela se foi , serena, buscando a paz que trazia em seu coração e com a mesma suavidade com que vivera.

Sua mãe, uma pessoa extraordinária e com uma força interior indescritível acompanhou-a em todos os momentos e agora procura a força que ela lhe incutia com a beleza de seu sorriso amplo e meigo.

Josane era uma figura singular, ninguém poderia deixar de amar aquela menina tão especial, incrivelmente doce e que para todos tinha uma palavra de carinho. Era espontânea, alegre e envolvente e é assim que continuará, tenho certeza no enorme paraíso cor de rosa que deverá estar preparado para recebê-la.
Muitas vezes ao chegar quando perguntávamos como ela estava respondia com a sinceridade plena de seu coração receptivo e feliz:

-Estou ótima. Melhor não poderia ser...

Apesar de sua juventude aprendi muito com aquele espírito transbordante de vigor que apreciava cada instante de sua existência. Tudo era motivo para animar-se e foi um exemplo surpreendente de vida, esperança, amor e encanto.

Sei certamente que ela está num paraíso com tudo que amava e cercada de carinho como aconteceu em vida mas quero dedicar esta crônica à sua mãe, que soube cercar sua vida de plena dedicação e que nesse momento mesmo recebe os amigos que se despedem de Josana com o carinho que nunca lhe faltou no coração.

E para a menina que cercou a vida de todos nós de encantamento, transmito meu afeto e a certeza que as lembranças jamais sairão de nossos corações. Elas ficarão indeléveis e plenas,enquanto sentimos sua energia em cada canto do universo.

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