Coluna 93 - dezembro de 2009
(próxima coluna: 24/1/10)

ORKULTURAL DE NATAL

Hoje é véspera de um evento muito esperado durante todo o ano – o NATAL. Podemos dizer que hoje ele transcende o significado religioso, já que é o símbolo das grandes confraternizações, principalmente da família. E com ele o fim de ano chegando e anunciando um Novo que nos traz a Esperança. Que tenhamos a força necessária para lutar e alcançar nossos objetivos.

A equipe da Orkultural deseja a todos os leitores e amigos Boas Festas e um 2010 carregado de Boas Novas.

“Sugestões de presente para o Natal: Para seu inimigo, perdão. Para um oponente, tolerância. Para um amigo, seu coração. Para um cliente, serviço. Para tudo, caridade. Para toda criança, um exemplo bom. Para você, respeito.” [ Oren Arnold ]

Trazemos hoje a mensagem do cantor, compositor e poeta Byafra:

MENSAGEM DE NATAL

Byafra

Ah, se eu pudesse não desagradar a ninguém com aquilo que penso.

Ah, se eu pudesse concordar com tudo e ainda ser feliz, não me revoltar, pedir perdão pelo que não cometi e ainda dar a outra face.

Ah, se eu fosse tão perfeito que a minha perfeição não coubesse na terra, tão desprendido como São Francisco de Assis, tão calmo como um urso hibernando, tão crente como um monge.

São tantas as virtudes que deixo de ter e me fazem humano que chego por vezes a desdenhar da humanidade. Será que estamos sendo puros ao buscar o que nunca seremos?

Não quero nem lembrar do ultimo homem que falou de uma tal pureza que negava a todos que não fossem iguais a ele. As diferenças são bem-vindas, a unanimidade é burra, dizia Nelson Rodrigues. A democracia não é perfeita, mas ainda é o melhor regime, bradava Churchill.

Será que seremos melhores ao falar aos quatro cantos de nossas qualidades? Será que uma crítica é pior que um elogio? São perguntas que não querem calar. Que bom, se tudo de bom que existisse estivesse ao alcance de nossa frágil capacidade.

Que bom se conseguíssemos ser o que pretendemos e não o que realmente somos.

Que bom se a nossa vontade de concórdia sobressaísse sobre os nossos interesses.

Mas somos humanos, frágeis humanos, maravilhosamente humanos, com todos os nossos defeitos, que não devem ser ignorados, mas criticados com amor. O amor de quem quer que o outro melhore para o mundo ficar melhor e não se aproveitar dos defeitos alheios pra fundar na terra o reino da perfeição impossível. Será bom para todos.

É nesse espírito que desejo que no ano que vem, sejamos melhores que o ano que passou. Só assim haverá evolução.