"DIVERSOS CAMINHOS EM BLOCOS", POR ZANOTO

Jornalista famoso do Correio do Sul (Varginha/MG), desde 1950 mantém a coluna lítero-poética "Diversos Caminhos" naquele jornal.
Manteve coluna em Blocos Online de janeiro de 1998 a dezembro de 1999, e agora retorna à Internet, novamente através de nosso site.
C. Postal, 107 - 37002-970 Varginha/MG

CLIQUE AQUI PARA ACESSAR O ÍNDICE ONOMÁSTICO, POR NOME DOS AUTORES CITADOS E RESPECTIVAS COLUNAS

Coluna nº 49, de 15/10/2008
(próxima: 15/11)

1. "A pessoa lê o que gosta – porém não escreve o que gostaria de escrever, e sim o que é capaz de escrever. (...) Acho que a felicidade de um leitor está além da de um escritor, pois o leitor não precisa experimentar aflição nem ansiedade: seu negócio é simplesmente a felicidade" – Jorge Luis Borges, em Esse ofício do Verso, Companhia das Letras, 2000, São Paulo.

2. Encontro-me, de repente, relembrando revistas, jornais e publicações de que só tomei conhecimento fr um ou foid númrtos. Ana Olivia de Freitas Bruno, do Rio de Janeiro, por volta de 1982, mais ou menos, mandou=me exemplar de um jornal "Boca da Noitte", mini-tablóide, off-set, 8 páginas, editado no Rio de Janeiro. Achei interessante, na capa, o slogan: "Um jornal que não atira a primeira pedra". Era diretor e editor Ronaldo S. Oliveira. Lembro-me de que Leila Míccolis, poeta de ponta no trabalho de divulgação e produção literária no Brasil, fazia parte da redação. Ana Olívia remeteu-me o primeiro número, lançado em 1980. Tinha ótimas fotos e boas reportagens, e um conto de que não consigo me lembrar o nome do autor. Li comentários sobre música e cinema. Em seguida, passei o exemplar para Celso Falabella Filho. Nunca mais tive notícias dessa publicação.

3. Parágrafos
             Jorge Tufic

    Estes sons amassados,
    pano de fundo sim,
    da miséria e do sonho
    Uma sanfona, talvez<dedilhada ao redor do fogo
    e do churrasco
    percorre o domingo inteiro
    cercas, tardes distantes

    Remói que remói
    essa funda nostalgia do pasto
    que sangra na brasa

4. "Suor, calor e apetite. Em instantes imprevisíveis ruídos e brilhos risos de Demócrito. Tales de Mileto caindo em poço profundo embriagado por um céu estrelado (e cintilante, diamantes faiscando em veludos vermelhos ou azuis noturnos, em treva: misteriosas e aveludadas!...). No outro dia, paira a terra verdesuja a suportar as nossas oficinas de barulhhos, nossas marcenarias de pregos cantantes... trabalhar não devia ser uma palavra cortada/recortada da vida" – José Luiz Dutra de Toledo em "Carta ao poeta Aricy Curvello - Para uma visada arqueológica do que subjaz em torno doe no núcleo do poema Acampamento, de Aricy Curvello".

5. O mundo despertou feliz e cheio de passarinhos cantando, sob minha janela. Krug Pilard checa e comenta que a vida pode ser vista em fatias.

6.    Brisa matinal,
       calma e tranqüilidade
       lembrança do filho... 
                Haicai de Renata Vilela

7. "A poesia requer um trabalho lapidado da palavra, mas deverá ter sempre uma forte carga de emoção, pois ao poeta não cabe escrevê-la como quem faz um tratado geométrico" – Rogério Salgado em "Percurso da Ausência", de Gilberto Nable.

8. "Se se pode dizer que, através dos séculos, o Mal e todas as suas variantes e adjacências foram cortejados pela literatra, deve-se afirmar igualmente que a receptividadde do leitor a essas temáticas garantiu-lhes (a elas) uma permanência na história da ficção". – Joaquim Branco, Professor (FIC); Doutorando (Literatura Comparada UERJ), parágrafo inicial do texto Sob o signo do Mal, em Correio do Sul - Varginha/MG, 19/11/2004.

9. Queixas
    Francisco Miguel de Moura ***

Minha voz estridente,
de engasgo em engasgo
rasga a volta ao princípio.

Emperram as pernas,
eu cambito
eu camboto na dança,
e não acompanho passo
de música
nem no pé nem na mão.

O canto do sil}encio
de ritmo alquebrado,
eis que entrego aos versos.
Suplício de areia e pedra,
água, fumo, fogo cruzado.

Vai espasmo, vem sangue
amor – nunca, nem bastardo

*** O autor é poeta brasileiro, de Teresina/PI.

10. Rodolfo Serkin e Saulo conversam sobre "as duas palmeiras", de Jacinto de Campos... E a luz, neste exato momento, bafeja "Versos alheios", de Rosália Sandoval. E a manhã, comenta Gilda, está rósea de sol.

11. É grande, neste momento, a circulação das nuvens. Ontem à tarde revi o Mandrake da minha infância fazendo mágicas. Mais tarde, ali perto do Ginásio Marista, o Fantasma passou a toda velocidade no seu cavalo branco. Por onde devo ir, meus amigos:

12. Não sei, mas me parece que tudo é calma, no momento, na região sul de Minas. O coração está sempre batendo a pancada da vida.

Arquivo de crônicas anteriores:
00, 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20 , 21, 22, 23, 24 , 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48

« Voltar