COLUNA DE VÂNIA MOREIRA DINIZ

Nº 54 - 6/12/2008
(próxima: 21/12)

          
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Quem Era?

Andou por caminhos diversos, cheios de amor e suavidade, sentiu as lágrimas dos que lhe cercavam e olhou sem muita convicção para aqueles que só queriam momentos alegres, desconhecendo a solidão dos oprimidos ou a dor dos que sofriam em desespero por fatalidades inesperadas ou separações doridas.

Encarou com severidade os vaidosos, os orgulhosos, os que pensavam em poder, esquecidos que somos infinitamente finitos e teve pena da audácia estampada nos rostos de expressão arrogante.

Observou os habitantes e a displicência  com que apreciavam a natureza exuberante preparada para recebê-los e quedou-se transtornada com a falta de sensibilidade de muitos que feriam  este planeta tão maravilhoso, abrigo e conforto de todos que chegavam à terra aspirando o oxigênio que deveria estar puro e ileso.

Mesmo assim habitou nos corações ou procurou lá ser recebido para que absorvessem a magnitude do que queria transmitir e espantou-se com o egoísmo, vaidade e indiferença dos que se encontravam na terra, nascidos para ser felizes mas que a luta pelo poder e sucesso não deixava que isso acontecesse.

Procurou então aqueles que necessitavam dela, não sabia onde encontrá-los, porém sentiu que uma força instintiva os aproximava.

Entendeu que justamente os menos favorecidos, eram aqueles que pediam a sua intervenção ou mesmo alguns que psicologicamente se encontravam depauperados. Não todos. Alguns mais humildes e que compreendiam a força dos sentimentos, a credibilidade do amor e o vigor que poderia advir da solidariedade e união plena.

Não desistiu e universalizou sua presença certa de que aqueles que não a notassem, um dia poderiam aceitá-la.

Presenciou momentos de dor, acidentes, imprudências, desespero, inveja e então num mesmo instante imaginou que a sua essência era necessária em cada momento.

Voou sobre a humanidade, procurando definir tantas sensações contrárias para que pudessem influir e ajudar no momento propício. Mesmo assim via no mundo abaixo das nuvens que sobrevoava o conforto dos que foram mais agraciados e a vida daqueles que  pareciam não usufruir a própria existência. Reconheceu então que isso não se devia à falta de condições materiais mas à visão da alma de cada um.

Entristeceu-se com o descaso, com a incompreensão dos se achavam poderosos ou dotados, acima de outros e inspirou-os para que compreendessem o justo valor de sua existência.

E então correu para todos aqueles que precisavam de sua força, em acontecimentos de espera, dor extrema, encorajando-os a recomeçar sempre com a mesma vibração, sorriso nos lábios e brilho no olhar.

Ficou tatuada no coração dos seres humanos mesmo aqueles que só  lhe davam valor na decadência e na desesperança e se encantou apaixonada por todos que compreendiam o sentido profundo da beleza na harmonia do universo, flores coloridas e frescas, árvores frondosas cheias de frutos, rios, lagos e o mar suntuoso, o céu azul tranqüilo e as estrelas brilhantes.

Mas só descansou quando a paz reinou em cada coração e no universo inteiro como a marca do amor, da união e da compreensão.

Seu nome era Esperança.

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