"DIVERSOS CAMINHOS EM BLOCOS", POR ZANOTO
Jornalista famoso do Correio do Sul (Varginha/MG), desde 1950 mantém a coluna lítero-poética "Diversos Caminhos" naquele jornal.
Manteve coluna em Blocos Online de janeiro de 1998 a dezembro de 1999, e agora retorna à Internet, novamente através de nosso site.
C. Postal, 107 - 37002-970 Varginha/MG
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Coluna nº 58, de 15/8/2009
(próxima: 15/9)
1. Lá estão os animais pastando, ao lado da estrada. Será que existe regiões além da poesia?
2. Depois, então, o tempo tomou forma. As palavras estão jogadas no canto da parede.
3. "Se eu tivesse que copiar algum dramaturgo da família Gomes, escolheria o melhor, a Janete Clair". Frase escrita pelo novelista Aguinaldo Silva. A primeira pessoa que comentou comigo este novelista foi a poeta, ensaísta e literata de primeira linha Leila Míccolis.
4. (...) "Procura-se alguém
sobremaneira rico,
que colhe dos campos os dourados trigos
e nos arvoredos põe laços de luar.
Alguém com tal engenho e arte,
que sabe enredar docemente
a quietude verde das rmas
com a alegria rubra das pitangas."
- Neusa Peçanha - Niterói/RJ
5. O fabuloso cineasta italiano Fellini anotava, num caderno, todos os sonhos que tinha. Era um hábito contar seus sonhos. Para ele, o sonho era um mundo de símbolos. Paulo Francis, certa vez, perguntou: "teria Fellini, se possível, feito de Dercy Gonçalves uma estrela mundial?".
6. Sêneca contou que Tales de Mileto dizia que a terra flutua na água, igual a uma embarcação, e que a água, agitada pelas tormentas, causa os terremotos.
7. MOTE
Novelo
de idéias
noites a fio
miragem / de um / tom sombrio
- Lau Siqueira - João Pessoa/PB
8. Hoje relembrei os cursos de datilografia da Escola Remington, ministrados pela Dona Carmen Braga. Dos cavalos, alugados pelo seu Maurício Gomes, na esquina da Presidente Antonio Carlos com a Avenida Rui Barbosa, perto do Hospital Regional. Das matinês dançantes da Rádio Clube de Varginha, aos domingos. Das asas dos anjos que D. Alice Macedo fazia. Do footing em frente ao cine Capitólio. Dos bares do Zé Reis, Parucci e Batista. Dos famosos picolés do Zé Millen.
9. Do açude doce. O açude do João Tuta. Dos carrinhos de lata, miniatura e dos consertos de cisas pelos ferreiro Piruca. Dos toques com pente e papel do Adão. Das fantasias do Conrado. Dos sucos do Marabá. Da deliciosa sodinha do Maseli. Das partidas de futebol no campo dos maiores no Ginásio. Das festas dos viajantes no dia primeiro de outubro. Dos auto falantes do Cine Capitólio. Dos biscoitos fritos das padarias.
10. Há muitos e muitos anos que não ouço mais o som de um tocador de realejo que caminhava pelas ruas da cidade e ia amolando facas, canivetes e tesouras. Hoje, só ouço o som do realejo na saudade e na memória.
11. FATALIDADE
A vida pulsa no ventre
e não sei pedir socorro.
O silêncio é o hiato
entre o tudo e o nada.
Camaleão fora do ventre
transmudo a cor à revelia
Mas a morte é daltônica.
- Luiz Otávio Oliani
12. "Lá fora uma cigarra canta em sol maior", diz Arita Damasceno Pettena, enquanto Jurema Barreto de Souza preocupa-se com a alimentação de seu gato: "Observo meu gato, que após ter experimentado ração para animais, não mais aceita outro alimento". Por fim, chega P. H. Xavier e cita Jorge Tufic: "Entre ti e o grande rio, há um secreto calendário".
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