"DIVERSOS CAMINHOS EM BLOCOS", POR ZANOTO
(Coluna póstuma) ***
Jornalista famoso do Correio do Sul (Varginha/MG), desde 1950 mantém a coluna lítero-poética "Diversos Caminhos" naquele jornal.
Manteve coluna em Blocos Online de janeiro de 1998 a dezembro de 1999, e agora retorna à Internet, novamente através de nosso site.
FALECIDO EM 21 DE JANEIRO DE 2011
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Coluna nº 69, de 15/2/2011
(próxima: 15/3/2011)
1. No dia 12 de janeiro de 1999, no seu "minudências", Dalila Teles Veras, excelente escritora portuguesa, residente em Santo André (SP), escreveu: "celebrar encontros sobre a vida. O ato de cozinhar arroz com pequi e servi-lo com vinho tinto francês pode transformar-se num acontecimento que nenhuma economia globalizada poderá jamais entender. A tarde escorre em cheiros e sabores e a vida sabe a afagos".
2. Vide Bula
Poesia é:
cor e ação
é rim
mas também razão
e o ar que se respira
dizia Arnaldo
num canto de um quarto
de ofício qualquer:
Pois é!
– Virgilene Araújo, in: Código de barras.
3. É difícil não subscrever este RUIDURBANO: uma antologia, de Uilcon Pereira. É a voz dele, nele mesmo. Ele é ele e personagem. Uilcon abrange todas as possibilidades.
4. Rodolfo Sekin disse alguma coisa no bar sem querer dizê-lo. Durante a dor, teve ímpetos de gritar bem no centro da praça. Mas aí, começou a chover. E ele percebeu que pensamentos angustiantes pairavam no ar. "Minha amizade com Mário de Andrade foi efêmera demais, porque ele moprreu em 1945, quando eu tinha 22 anos", disse Otto Lara Resende.
5. CULTO AO SILÊNCIO
Abençoado sejas tu
magnífico silêncio
que envolve meu ser.
Cultivado sejas mais
nas profundezas
de minh'alma.
Quanto mais intenso
mais prsssinto nesta morada
a inefável melodia
que parece sair do espírito
em todas as direções
do espaço,
na incessante busca
do eterno.
– Zelite Andrade Carneiro (1ª Desembargadora de Rondônia)
6. Três trechos de Estupro cultural, de Carlos Vanucci, publicado no Jornal Sul de Minas de 17/11/2010: "Está passando da conta. Estão abusando. Tirando partido de circunstâncias anômalas, nascidas de instante cultural pouco inspirado. O emprego de vocábulos estrangeiros, a três por quarto, na linguagem corrente, em letreiros, cursos, anúncios, diálogos, palestras, prospectos, "folders" (olha aí!), painel de rua, convites etecetera e tal extravasa os limites do bom senso. (...) Como é que pode? Muitas as pessoas que cismam, de tempos para cá, de convidar amigos e conhecidos para um "coocktail" e não para uma recepção festiva, para um "coffee break" e não para um café com leite rodeado de gostosas quitandas. Pedem, no serviço, um "feedback" - expressão que mais parece marca de presunto neozelandês -, e não um retorno de informação. Avisam que têm em preparo um "book", nunca um relatório. Programa, nas empresas, um "group development" com vistas a alcançar o sonhado estágio de "learning organization". Mandam convocar os "managers" para deles solicitar um paper" que ajude o "staff" a boiar, depois, está claro, de um "brain storm", ações conjugadas que mostrem aos outros estar a equipe em condições de se mostrar como um "team work". (...) Qual a explicação para tudo isso? Crise de autoestima, talvez? Ela pode levar muita gente a uma crise de identidade cultural".
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*** N. E.: Zanoto nos enviava várias colunas, por isso estaremos publicando ainda por alguns meses "Diversos Caminhos em Blocos", como homenagem a este amigo e companheiro de trinta anos.
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