Serpentina dourada
pelos últimos raios
o rio, lá embaixo, se despede
do olhar efêmero
dentro do avião.
Captamos atônitos
sua líquida beleza.
Mas no quadro da janela
já ficou amarela
a fotografia
dessa emoção.
A paz humana jaz
nesse teu peito sem tréguas.
Amansa a ânsia.
Despe o desejo.
Verga a vaidade.
Sonda a solidão.
Aquieta tuas águas turvas
para ver-lhes o fundo.
Despoja-te de tudo
Até seres só amor.
Até seres tudo.
Um povoado ao luar
é o estado poético
da geometria
ou vã tentativa
de organizar
a poesia?