ELA TECE O NOVELO DE LÃ
COM DESVELO
COMO TECE A PRÓPRIA VIDA
EMARANHADA, SOFRIDA.
CADA LAÇO, CADA NÓ
CADA PONTO, SALIÊNCIA
SILENCIA SOBRE A SUA VIOLÊNCIA
A QUE SOFRE TODO O DIA
DA LIDA
DA VIDA EXCRESCÊNCIA,
DE OUTRA VIDA
SUBJACENTE, ALI TECIDA
ALI VIVIDA.
ENVOLVE A LÃ NO DEDO
PASSA NA VARETA MÁGICA DO INDEFINÍVEL
E FRÁGIL
FIO DA SUA VIDA.
TU, QUE ME ENCAMINHAS EM PUDOR
SANTAS PALAVRAS DE DEVASSIDÃO.
TU, QUE ME DEIXAS CANSADA SÓ
COM TEUS PENSAMENTOS
DE POSSE E DE SOLIDÃO.
TU, QUE ME DEVORASTE OS SEIOS
COM OS OLHOS, NÃO COM A BOCA
E NÃO OS TOCASTE COM AS MÃOS.