POESIA PARA MUDAR O MUNDO - 2013 - BLOCOS ONLINE
Flavio Machado
FLAVIO MACHADO – Nascido no Rio de Janeiro, em 04 de Fevereiro de 1959. As primeiras experiências literárias foram com teatro de bonecos na infância. Durante a adolescência participou de festivais de música, sendo premiado: Terceiro lugar em 1976 no festival de música do Colégio Clóvis Monteiro/RJ: As letras de música aos poucos deram lugar aos poemas. Participou do grupo editorial da Revista Poetagem editada na PUC-RJ no início dos anos 80, colaborou com movimentos literários como o chamado: “poesia marginal”. Possui textos publicados em várias Antologias, iniciando a participação com: "Cem poemas Brasileiros", pelo selo Veia Poética em 1981. E "Florações Poéticas", da Editora Trote, lançado em 1986. Vencedor de prêmios literários, o concurso organizado pela Editora Blocos em 2002, originando a publicação do livro: "Sala de Espera", em 2003. Colaborou com órgãos da imprensa alternativa, tais como: Tribuna do Norte, Galope Poético, Poemas do Poste, Correio das Artes, etc. Alguns poemas foram publicados em outros países: Estados Unidos, França e Argentina. Influenciado por Oswald de Andrade, Mario Quintana e Ferreira Gullar e poetas do movimento de “poesia marginal” dos anos 80. Alguns críticos consideram o estilo da escrita como cinematográfico. Membro da Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências, ocupando a cadeira de número 26. Formado em Engenharia Agronômica e de Segurança do Trabalho. Casado com Ana Cristina César, mora atualmente em Cabo Frio, no Estado do Rio de Janeiro. Têm quatro filhos (três meninas e um menino) e um neto.
flaviomachado_@uol.com.br

todas as manhãs do mundo II

para o poeta importa a luz
invadindo a sala
iluminando a poeira dos quadros
queimando suavemente o corpo da mulher nua
dourando frutas apodrecidas sobre a mesa

as pessoas de passo apressado
espremidas
oprimidas
notícias de guerra
a morte banalizada
discurso dos vencidos
discurso absurdo dos que acreditam na transformação da humanidade

para o poeta o que importa
não tem a menor importância
para quem não percebe as luzes da manhã
para quem não ama
e mata inocentes nas ruas do Rio
instaurando o terror
tornando refém a cidade inteira

para o poeta o que importa
não diminuirá a fúria assassina dos narcotraficantes
não alterará a cotação do dólar
não salvará a América latina dos ridículos tiranos.

para o poeta o que importa
não impedirá de torná-lo mais ou menos humano
será grito abafado
para acreditar no sonho
será a essência da vida mais forte do que poderia supor.

Flavio Machado
Capa
Créditos