E veio a primavera outra vez
Mas muito pouca gente a lembrou
E quem lembrou questão pouca fez
De olhar em sua volta uma flor
Então a estação se interpôs
Tomou a Interpol, fez reféns
Nos principais Q.Gs. se instalou
Mas não pediu resgate a ninguém
Só exigiu que houvesse um lugar
Em que se celebrasse o amor
Em que se respeitasse a paz
Causando assim enorme estupor
E terror
Pois era tirania demais
Essa simplicidade atroz
Por que não nos impor muito mais?
Poder e mais poder sobre nós?
Ser voraz?
A primavera com sua voz
A nossa confiança trai
Parece muito mais um algoz
Ou algo assim, diziam jornais
Rendeu-se a primavera outra vez
Às bombas com efeitos morais
E nos jornais se ouviu outra voz
Um corvo a se esgoelar “nunca mais”,
“nunca mais”, “nunca mais”, “nunca mais”