Trabalha, lavra tua terra
Palavra dura, seca origem;
Duros olhos te afligem
Para além da serra
E a vertigem te espera
Na sombra que desterra
A fuligem do sonho.
Quimera! Ergue tua fronte
Muda tua visagem;
Corre dentro das nuvens
Que do pó te destinam.
Erra em tua primavera
Que destarte te impingem
Alvoroço das sombras...
Carrega teus rios plenos
De coloridas águas
De nascentes claras e fontes
De corredeiras bastas de si;
Muda tua paragem: Ecoa
O mudo som da brisa que alcança
Os moucos ouvidos teus.
Trabalha! Não te esqueças
Do límpido córrego que medra
No íntimo de teu sagrado lago,
Nem da preciosa pedra
Que lançastes ao fundo;
Nem da criança que espera
O teu riso de festa e chegança.