Tenho, em mim, uma roseira de frutos doces e amaciados
de manhãs inertes – celebrados sem artifícios ou colorações –
poderiam ser encontrados em dias de pouca luz
daqueles esquecidos nos poentes de mármores vazios
quase ao desalento, ricos de madeixas escuras e perfumes de cristal,
tão idôneos em sua ligeireza que entre eles se descobre a água
como um metal de cheiro e calor em seu leito de alvorada.
Foram renascimentos e escutas de uma eternidade vazia
quase opaca na retidão de suas fronteiras, muita saída a sal
e nuvens, circunspecta no eixo maciço da navegação em terra
fria – mesuras e ciência do cotidiano – pássaros e sombras,
fusos e rocas de sabedoria
quase vergando
da alma
a sombra de sua pedra angular - finitude.
Foram nesses estremecimentos de ventos e voltas que estendi
cem contas de fadas e fóruns em uns discursos de meio tempo
regados ao líquido e à nata por ali estremecidos dos corredores
estrelas e parcimônia das vantagens do esplendor da vida
a luta da subsistência
estiagem verde e marinha em beijos salinas
versos que se criam monásticos elásticos
prenhes do desejo branco da liberdade
quando ainda não havia o tempo, o fio e o medo
só essa valente sina de semáforos e luzes
aspirando o anjo em seu pouso branco
outono dedilha sua ventura na laje e no apego.