Na sala dos conflitos mundiais
as origens e causas
de todos os dramas e tragédias da humanidade
estavam reunidas
e se autoavaliavam:
– a mim não resistiram por muito tempo os
pobres e desprevenidos, abriu a mesa de debates a fome
com sua aparência esquálida.
– Ah, eu sozinha, dizimei boas porções
de nações e impérios, objetou a epidemia
com a grave anuência das doenças contagiosas.
– Um bom número me cabe nessa estatística,
lembrou o ciúme com seu olhar esverdeado
que deixou a inveja roxa de raiva.
– Comigo já levei milhares e milhares
detonou com voz metálica a guerra
acreditando ter peso suficiente para vencer a dialética batalha.
Foi quando do fundo da sala se ouviu
uma voz indefinida se pronunciar
como se tivesse poder sobre o tempo e todas as vidas lá fora:
– pois sou eu que tenho aniquilado mais do que todas vocês juntas.
Era o preconceito
que diante do silêncio atônito da plateia
também não disse mais nada
e desviou o olhar.
Somos todos patéticos
aonde falta o amor.