POESIA PARA MUDAR O MUNDO - 2013 - BLOCOS ONLINE
Hermes Peixoto Santos Filho
HERMES PEIXOTO SANTOS FILHO – Nasceu em Cachoeira, Bahia, Brasil, em 09 de outubro de 1938, engenheiro agrônomo , poeta, jornalista, diretor, redator e cronista de vários jornais: O Nacionalista, órgão de difusão da Frente Nacionalista de Cruz das Almas; Jornal do Planalto; Jornal Tribuna Popular; Jornal Opinião; fundador e diretor do jornal CCL Em Revista; do Jornal Literário Artes e Livros; editor atual da revista literária “Reflexos de Universos”; fundador e secretário executivo da Fundação Cultural Galeno d'Avelírio, instituição mantenedora da Casa da Cultura de Cruz das Almas; fundador do Colégio Cruz das Almas e membro da Academia de Letras do Recôncavo. Livros publicados: "Cantos Íntimos", em Tempos Díspares (poesia, com Ana Paula Peixoto), "Labirintos em Olhos de Madrugada" (poesia), "Canto de Pardais em Asas de Inverno" (Poesia com Glaucia Guerra), "Civilização Azul" (Contos/Antologia) "Antologia de Escritores Cruz-almenses" (Crônicas/Antologia), "Contemporary Brazilian Writers" (Antologia), "A Primavera Segundo o Senhor Agá" (Prosa Poética), "Criaturas Movidas a Fogo Veloz" (crônica), "A História de São João e a Festança em Cruz das Almas" (cordel), "O São João do Gonzagão", (cordel), "Estórias e Vultos do Cruzeiro das Almas", (cordel). Prefacista ou apresentador de 23 obras de literatura de escritores baianos. Participação em recitais com interpretação de poemas de Fernando Pessoa, Federico Garcia Lorca, Pablo Neruda, Ernesto Cardenal, Georg Heim, Mario de Andrade, Manuel Bandeira Cecilia Meireles, Luciano Passos, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector e Wesley Barbosa.

NARCISO

Acariciou o seu corpo virgem
no infinito segredo do espelho.
Qual um narciso sobrenatural,
amou-se tão intensamente.
que a sua alma, nua,
cheia de desejos,
sobrevoou-lhe a vida
e, viu-se linda.
Nem as revelações de um deus
poderiam mostrar
toda a beleza
da sua verdadeira face,
escondida num ponto negro,
bem no fundo do espelho.

AURORA

Da janela emoldurada vejo a aurora
Chegando prateada e iluminando a alma
Que quase nunca ri e sempre chora
Ainda que a vida insista em pedir-lhe, calma!

Da janela emoldurada vejo espumas
De um mar bravio rugindo esplendoroso
E minh'alma alegre, sorri e então se esfuma
Envolvendo a aurora com um beijo caloroso

Oh! Alma minha que buscou a aurora
Aquieta-te neste peito apaixonado
Não deixes meus sonhos irem embora

Faz-me teu eterno namorado
Leva-me contigo em teu passeio, agora
E beija-me com desejo desvairado

Hermes Peixoto Santos Filho
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