POESIA PARA MUDAR O MUNDO - 2013 - BLOCOS ONLINE
Beatriz Escorcio Chacon
BEATRIZ ESCORCIO CHACON – É carioca da Piedade, vive em Itaipu, Niteroi, onde começou a mostrar poemas pra colocar na parede, com desenhos de Miguel Coelho, em 1987. Jornalista pela UFF, é autora dos livros de poemas "Mesa Posta", "Veios do Corpo", e do infantil "Surpresa de Quintal". Aposentada, avó, aparentemente dona vadia de casa, faz performances poéticas, eventos de arte, prepara novo livro – uma novela de vozes femininas. Orienta a Oficina Literária da Universidade 3ª Idade e participa da Associação Niteroiense de Escritores. Entre as Coletâneas – Prêmios, Crítica, participação: "I Concurso Jornal Balcão de Poesias", Rio, 1988. "Saciedade dos Poetas Vivos", Ed. Blocos, Rio, 1991 e 1995; "Prêmio Stanislaw Ponte Preta", Crônica, RioArte, 1992 e 1994; "Além do Cânone - Vozes Femininas Cariocas Estreantes na Poesia dos Anos 90", org. Helena Parente Cunha, Ed. Tempo Brasileiro, 2004; "Contos do Rio", Caderno Prosa e Verso de O Globo, Ed. Bom Tempo, 2005; "Poesia Sempre", nº 24, cap. Poesia Inédita, Fundação Biblioteca Nacional, Rio, 2006; "Saciedade dos Poetas Vivos Digital" - vol. 6, 2008. Em Blocos Online tem página de poesia e de prosa. biachacon@uol.com.br

FAZ MAL NÃO

Não não
não sou brancazeda,
mermão.
Baixa a bola e a bala
bem aqui
todo cabelo é ruim.

Toda alma é boa
eu sou pixaim. Tu é.

A gente é que endurece e
passa pente quente na aparência.

Faz mal não, mermão.
Nosso cabelo nunca será bom
mas todo corpo é divino. Tu é.

A gente inda vai se escorrer
no abraço certeiro
pele quente!
a bala morta
perdida.

QUATRO PAREDES

Já rabisquei muito poema
o pé no chão
solarado.
Impossível o verso noturno
no assoalho de agora
já lustroso de tão gasto.
Meu coração precisa apanhar sol
eu preciso de óculos e luminária
essa é toda a minha
impossibilidade.

Beatriz Escorcio Chacon
Capa
Créditos