COLUNA DE VÂNIA MOREIRA DINIZ

Nº 65 - 21/5/2009
(próxima: 6/6/2009)

          

A Liberdade e a Mulher

Os grandes movimentos de emancipação  são extremamente radicais e foi isso que aconteceu com o grito de libertação da mulher. Na verdade quando ela começou a  competir no mercado de trabalho o que essencialmente ansiava era a liberdade sexual que considerava o mais importante para ter a supremacia sobre o homem

Naquele momento a mulher achava que enfrentar o mundo era conquistar espaços nunca sonhados antes, principalmente quando surgiu o anticoncepcional,  o passe de libertação para um caminho que ela ainda não  sabia como seguir.

Nunca esquecerei de uma lutadora cujo trajeto não foi muito fácil. Tudo em sua vida demonstrava o quanto era liberada de preconceitos. Levava consigo, entretanto uma boa dose de frustrações de uma educação ainda preconceituosa. Esquecia-se talvez que a liberdade não se manifesta apenas no aspecto exterior, mas  é exercida na vida diária interior com seus conceitos, idéias e principalmente na ânsia pela própria individualidade.                    

  Liberdade não é fazer o que se quer porque nossos direitos acabam onde começa o do próximo. Mas ter discernimento suficiente e conseguir exercer essa conquista plasmada por vezes de forma tão sofrida. E saber usá-la. Nada é mais importante do que isso.  Divisar um longo caminho, o horizonte à frente com sua luminosidade e passagens paralelas cuja opção depende principalmente do uso dessa liberdade que deve nos levar à integridade psíquica de uma maneira absolutamente natural.

Essa conquista é algo muito mais interior em nossa capacidade de sentir e ter consciência do que fazemos e sentimos do que aparente. A certeza do que vivemos, dos momentos mais decisivos sabendo que nós mesmos a plasmamos é como a confirmação de nossa própria identidade. Exercício de cidadania pessoal.

Quem possui a conquista da liberdade tem responsabilidades maiores e mais densas: Do amor, da generosidade, da compreensão, dos deveres para com o próximo e dos critérios de sua própria felicidade. Ela encerra uma dimensão incrível de aquisição integral e maravilhosa que nos faz sentir seres humanos na acepção da  palavra.

Quando vejo um pássaro voando, fazendo o movimento diário de subir numa escalada de caminho conhecido, penso como seria inteiramente fascinante que pudéssemos sentir essa liberdade dos próprios passos inatingíveis. Mas saberíamos de fato o que fazer com esse dom? Ou faríamos circunvoluções sem nenhum sentindo e depois cansaríamos de procurar uma meta agradável? Não sei. Seria maravilhoso voar assim como o é a própria liberdade. Mas precisamos  amá-la de uma forma a encontrar o nosso caminho verdadeiro, sem o qual nos sentiríamos impotentes para usá-la.

O Livre-arbítrio é tão importante como respirar. Sem ele não conseguiremos viver  na acepção da palavra, mas carecemos “sentir” esse poder e compreender que a vida nos fornece um mundo que precisamos conhecer e reverenciar utilizando e fazendo do alvedrio a forma mais competente e insinuante do verdadeiro “viver”

Quando admiro a natureza, toda a força do universo, a magnitude de Deus e a energia que se desdobra de todos nós, o amor em variadas nuances, o vôo ilimitado, o horizonte dourado, a vivência da paixão intensa e fascinante, teremos que refletir  que tudo isso é o primeiro grito no espaço infinito...  A liberdade....A partir daí teremos o tempo inteiro que lutar pelos seus desdobramentos e estarmos preparados para recebê-la. Sentindo prazer e desenvolvendo nossas potencialidades para usufruí-la: Amando, vivendo, doando e encontrando aquele “rumo”. É assim que entendo a liberdade. É dessa forma que  devemos procurá-la incessantemente.  

Estamos chegando em um horizonte de compreensão de nossas verdadeiras necessidades mas insisto que a principal arma da mulher é sempre ter em mente que suas características verdadeiras de sedução e fascínio   sempre serão as mais importantes para a conquista do mundo e vitória de sua luta contínua pela inclusão  intrínseca   numa sociedade ainda machista.


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