1ª quinzena de novembro - Coluna 78
(Próxima coluna: 18/11)
APENAS UM DIA
Mais um dia perdido no silêncio do tempo. Ficamos nos rondando, a tristeza e eu, entre a inércia do corpo largado na cama e os ruídos da rua e das pessoas ao sol.
Não quero o sol hoje! Não, hoje não!
Quero apenas adormecer meu cansaço e depositá-lo nos sonhos, nos travesseiros que me embalam ao som do “tic-tac” irritante do relógio de cabeceira.
Na TV vários filmes: todos inúteis, insensíveis, burros. Queria um filme com uma história, contando vidas parecidas com a vida real, com pessoas que fossem humanas.
Os livros que comecei? Ai, que sono! A leitura hoje me dá tédio.
Hoje tudo em volta é lento, etéreo, sem conteúdo.
Na Internet o silêncio é mágoa. Resquício da madrugada solitária em que um colibri não veio à minha janela. E eu chorei. Senti falta da flor em seu bico, da poesia em seu canto, da magia em seus olhos, do seu suave bater de asas. Eu era feliz quando tinha a companhia de meu amigo passarinho. E por respeitá-lo e amá-lo na amizade, deixei-o livre das gaiolas que sufocam a liberdade.
Uma lágrima corre: vontade de ouvir seu canto-encanto-poesia.
Volta, colibri: só mais um poema falando de saudade.
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