COLUNA DE VÂNIA MOREIRA DINIZ

Nº 104 - 6/6/2011
(próxima: 21/6/2011)


          

Nuvens de Junho

Junho aparece com o céu cheio de nuvens a nos dizer que o tempo está correndo realmente e já estamos no meio desse ano que iniciou ontem. Isso me faz lembrar quanta coisa deixada para trás, pessoas queridas que já se foram para a definitiva viagem, mas pode ser também o início de um novo tempo se quisermos confiar e contemplar o mundo de forma diferente.

Talvez seja o mês de amor iniciando logo com o dia dos namorados. Só que muito de nós talvez já não saibamos o que é o amor. Vemos tanta tristeza, violência, desunião, indiferença, dor não correspondida e encaramos muitas  vezes fatos trágicos como se estivéssemos assistindo um filme de suspense.

Acho que nos colégios e dentro das próprias famílias precisaríamos começar a educação de uma criança partindo do zero e reestruturando tudo que temos visto, sentido e compreendido de um mundo tão conturbado ultimamente. Que não dá valor à verdadeira essência do amor e vê  com naturalidade a luta insana pelo poder, a barbaridade de crimes hediondos e pessoas atentarem contra pessoas  que deveriam estar não na ponta de sua arma, mas no centro de seu coração.

Junho aparece para mim, lembrando o aniversário de meu pai, e a festa de São João, ambos no mesmo dia que nos ensejava a soltar fogos para comemorar a alegria de uma data especial.

Junho lembra nas minhas recordações, o fim de um semestre laborioso e a esperança de férias, passeios, alegria, lanchonetes, teatros, cinemas, patinações, sarais especiais, tudo com mais assiduidade.

Junho me lembra a concentração nos livros para que pudéssemos ter dias em liberdade e sem o gosto acre da reprimenda e de olhares de reprovação.

Em junho meu coração se instala longe daqui e enquanto observo os namorados nas ruas peço que encontrem no carinho mútuo um aprendizado do amor que aos poucos parece extinguir-se no mundo conflitante de hoje.

Junho é o mês das esperanças e dos sonhos porque aprendi a apreciar nos fogos de artifício a união daquelas mãos unidas que faziam o mesmo gesto, vendo as figuras magníficas que se desenhavam no céu.

Tanto tempo passado desses acontecimentos sinto saudades dos amigos e parentes que estão longe ou que partiram para outra galáxia e imagino que estejam numa paz eterna, silenciosa porém vibrante a fazer par com as estrelas brilhantes.

Procuro caminhar ao longo desse mês flutuando em meus pensamentos os mais felizes e desejando profundamente que a tecnologia tão precursora possa trazer além de momentos de progresso a esperança e união nesse mês frio do nosso calendário e uma vida feliz e digna para aqueles que lutam indefinidamente por dias melhores.

Junho, mês dos amantes apaixonados, das juras de amor e da paixão envolvente,que encontra guarida nas festas coloridas e danças caipiras, espero que passe suave, sem notícias de truculência e com a dignidade que o povo brasileiro tanto precisa.


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