Solange Firmino

Professora do Ensino Fundamental e de Língua Portuguesa e Literatura do Ensino Médio. Escritora, pesquisadora. Estudou Cultura Greco-romana na UERJ com Junito Brandão, um dos maiores especialistas do país em Mitologia.

Mito em contexto - Coluna 57
(Próxima: 5/11)


Monte Olimpo, morada dos deuses

As divindades gregas foram organizadas em famílias divinas, que apresentavam igualmente os defeitos e virtudes das famílias humanas. As genealogias das famílias divinas também explicam a criação do Universo, na cosmogonia, e a origens dos deuses, na teogonia.

Os deuses primordiais, ou deuses da primeira geração, eram entidades que geraram o mundo. Nessa primeira fase do Cosmo, Urano e Gaia deram origem a uma numerosa descendência: Titãs, Titânidas, Ciclopes, Hecatonquiros e outros representados como primitivas forças da natureza, como os relâmpagos, e representavam também os impulsos básicos da vida, como a morte.

Na segunda geração divina, Urano foi destronado e os Titãs tomaram o governo do mundo sob o comando de Crono, o Tempo. Essa geração era descendente das forças primordiais e ainda transmitia uma visão indomada da natureza. Ao lado de divindades monstruosas e incontroláveis surgiram os primeiros deuses de aparência parecida com a humana.

Na terceira geração divina os deuses adquiriram forma totalmente humana, o mundo assumiu o aspecto atual e as divindades se acomodaram em seus domínios. A morada de Zeus, pai dos deuses e dos homens, era no Olimpo, de onde ele observava os homens e os deuses e tomava parte nas suas vidas. Essa morada era primitivamente localizada no alto do monte Olimpo, o mais alto da Grécia, na região da Tessália. Depois passou a ser situada entre as nuvens, num misterioso lugar do céu, até que finalmente a palavra Olimpo se tornou uma abstração.

No Olimpo Zeus também reunia os principais deuses, os chamados deuses olímpicos: Hera, esposa de Zeus e protetora do casamento; Deméter, deusa da agricultura; Poseidon, senhor dos mares; Afrodite, deusa do amor; Apolo, deus da medicina e da música; Atena, deusa da sabedoria; Ares, deus da guerra; Ártemis, deusa da caça e protetora da vida selvagem; Hefestos, deus do fogo; Hermes, mensageiro dos deuses e condutor da alma dos mortos; Dioniso, deus do vinho e da embriaguez. Os deuses ficavam eternamente em festa nos maravilhosos palácios do Olimpo. Comiam ambrósia e bebiam néctar, seus alimentos divinos, ao som da lira de Apolo e do canto das Musas.

Os Montes e as Montanhas estão personificados como filhos de Gaia. A montanha tem seu simbolismo pela altura e por ser um centro. Na medida em que é alta, vertical, aproxima-se do céu, é símbolo de transcendência. Como ponto de encontro entre o céu e a terra, é a residência dos deuses. Escalar a montanha sagrada é caminhar em direção ao Céu, um meio de entrar em contato com o Divino.

Todas as culturas têm sua montanha sagrada. Para os cristãos, Moisés recebeu as Tábuas da Lei no Monte Sinai, o sacrifício de Isaac foi sobre a montanhas; Jesus Cristo fez uma bela pregação na montanha e sua ascensão foi sobre o monte das Oliveiras.

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