COLUNA DE VÂNIA MOREIRA DINIZ

Nº 109 - 21/9/2011
(próxima: 6/10/2011)


          

Emoção... emoção

Falamos tanto de emoção, parece uma palavra simples mas é a mais forte sensação que sentimos porque serve para designar todos os momentos.

Foi  isso que aconteceu comigo nessas duas semanas que  estive  nos bastidores, trabalhando, feliz com um evento belíssimo que presidi  e em congraçamento com todos os acadêmicos que se integravam à Academia de Letras do Brasil-Df.  Foi belo! Mesmo assim  muito intenso quando houve  a homenagem ao nosso Diretor Cultural Leon Szklarowsky  que morreu no dia 25 de julho e sua filha Márcia veio receber com lágrimas de saudade o nosso   preito de carinho. Quando nos abraçamos as lágrimas desciam  de ambos os lados.

E incrivelmente fascinante quando recebi a homenagem do Imortal Escritor Elias Daher que eu não esperava e que me deixou estática e surpresa. Cheguei a comentar que as Escritora “estava sem palavras” E por pura emoção.

A cerimônia foi lindíssima iniciando com o talento do Coral Alegria e se estendendo com a alegria dos novos imortais.

Poucos dias depois recebi notícias e tive instantes de forte emoção por motivos outros e pessoais. Alegria, surpresa, fatos inesperados e as lágrimas e os sorrisos se alternavam numa emoção descontrolada.

Estou de volta, mas com a sensação que as emoções, não devem mesmo ser controladas. Elas foram feitas para explodir  mesmo que a garganta doa com um nó que parece travar  a respiração, ainda que as palavras custem a retornar aos nossos lábios, e o coração dispare  inevitavelmente.

Estou aqui ainda com as emoções dos últimos dias, sentindo que os acontecimentos se sucederão sempre com a mesma força e com o mesmo impulso.

Enquanto o sol brilha lá fora e as árvores verdes esperam os dias que antecedem à primavera,  por vezes tenho a sensação de que compreendo a vida e a morte , a alegria e a tristeza, as lágrimas e os risos e minha emoção continua a tecer todos os pontos para que eu possa entender o mistério da vida.

Emoção, emoção, emoção... Nesses dias foi tudo que senti mesmo na calmaria de noites  silenciosas ou nos dias em que me sentava olhando o céu brasiliense,o  mais azul que conheço  e lembrando também das estrelas que sempre me fascinaram ainda quando era pequena e no barulho ensurdecedor da rua no Rio de Janeiro, que fui criada e que eu adorava.

Emoção nos dias de entusiasmo alucinante ou naqueles e desespero fremente. Emoção que carregarei comigo nesse minuto em que escrevo aos meus amigos, colegas e leitores  e também quando sentir o torpor de insignificantes acontecimentos.

Agora mais do que nunca penso na finitude da vida e me emociono por finalmente compreendê-la. Não que vá aceitá-la simplesmente, porém pelo menos penso nesse fenômeno consciente de sua necessidade e sem laivos de agonia.

A todos meu pedido de perdão pela ausência e creiam que não displicência, muito pelo contrário.

Na emoção em que estava precisava exaurir toda a sensibilidade para voltar aos meus escritos, afazeres, compreendendo cada pessoa  e me permitindo buscar o modo de ser mais solidária.

Emoção, emoção, emoção, hoje, ontem e amanhã iniciando na tepidez do amanhecer e não se encerrando jamais e em nenhum momento. Talvez seja o a única sensação imutável e ininterrupta.

E estou preparada para enfrentá-la sempre e cada vez mais.


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