JOSÉ NÊUMANNE
Jornalista, editorialista do Jornal da Tarde, comentarista da Rádio Jovem Pan e do SBT, poeta e escritor com diversos livros publicados, entre eles: Solos do silêncio – poesia reunida e O silêncio do delator, que acaba de obter o Prêmio "Senador José Ermírio de Moraes", da ABL. Leia novo texto de Ronaldo Cagiano na fortuna crítica do autor e conheça a poesia do colunista, cujo CD agora tem opção de download. Site: http://www.neumanne.com
Colunas de 11/1
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Os sem férias
Na muvuca em que se transformaram os aeroportos brasileiros e com medo de ser assassinado antes da virada do ano em alguma rua da cidade onde se realiza o mais tradicional e concorrido reveillon do País, o brasileiro ficou com a opção de rezar, de preferência em casa, para não dar muito mais trabalho ao santo anjo do Senhor, seu zeloso guardador. Neste período pós-natalino se confirma de forma ainda mais desconfortável, e até trágica, a conclusão a que qualquer cidadão já chegou por estas bandas, ao contemplar a realidade que o cerca: os honestos ficam escondidos atrás das grades (e debaixo da cama), enquanto apenas os malfeitores têm o direito líquido e certo, garantido pela Constituição, de ir e vir. Depois de trabalhar 145 dias para encher as burras do Estado, ele perdeu o direito de gozar férias em paz e deleite.
Tudo isso tem um responsável só: o mesmo Estado que suga suas economias, malbarata as finanças e gasta demasiada, mal e porcamente o dinheiro do suor do rosto desfigurado da Nação. A causa profunda do apagão aéreo, que desestimula o turismo, é a mesma dos atentados violentos, os do PCC em São Paulo no meio do ano e estes do Rio agora: a falência completa da autoridade. Empenhados apenas em garantir aumentos extorsivos e abusivos de vencimentos para as próprias greis, parlamentares e juízes não servem à Nação, mas se servem do Estado, disputando com os companheiros do gpverno, que se dizem socialistas e não fazem outra coisa a não ser mamar nas tetas da vaca estatal. Passageiros de avião e transeuntes cariocas são vítimas da facilidade do vício e da dificuldade da virtude nestes trópicos tristes.
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