COLUNA DE VÂNIA MOREIRA DINIZ

Nº 127 - 21/9/2012
(próxima: 9/10/2012)


          

A união dos povos e a utopia

                Nada é mais verdadeiro do que o ser, suas essências e magnitudes. Existimos independentes do lugar, ocasião, data, raça. Somos antes de qualquer outra evidência um ser humano. E o ser humano é um só, verdade evidenciada justamente nos dois acontecimentos mais marcantes da vida: Nascimento e morte.
                Quando somos concebidos passamos a nos desenvolver num lugar aconchegante, o útero materno de forma absolutamente semelhante e também no momento tão esperado em que respiramos pela primeira vez o oxigênio, acontecimento que transcende tudo que possa existir. Do mesmo modo e de maneira mais dramática aparentemente no último suspiro em que ao contrário do nascimento o oxigênio começa a faltar e a luta é tão grande como fora a outra em proporções contrastantes, mas igualmente intensas.
                Nascemos para cumprir uma missão e temos igualmente dores, alegrias, emoções e uma estrada na qual devemos caminhar enquanto vivermos. Claro que somos seres individuais e encaramos tudo à nossa volta de um modo especificamente personalizado.
                Podemos ter características diferentes, mas a essência é a mesma: Seres humanos da mesma espécie e custa compreender os preconceitos que se instalam como uma erva daninha, um câncer maligno destruindo o que há de mais nobre em qualquer indivíduo.
                Se o mundo, as civilizações divergem em certos aspectos, nada diferencia o ser físico e íntimo, mesmo abstrato e só idéias arraigadas por personalidades doentias poderiam pensar de outra forma.
                Basta evidenciar a natureza que alimenta e proporciona bem estar a todos os indivíduos: O ar, a natureza em seu apogeu e todos os elementos naturais para verificarmos o quanto de violência existe na diferenciação do ser humano pelo próprio ser humano. É não só uma brutalidade ignóbil, como ignorância no mais alto grau, falta de sensibilidade e até mesmo de discernimento.
                Desde o início de nossa civilização as atrocidades redundando em guerra tomaram conta do mundo e seria considerada uma utopia idealizar-se um modo diferente da humanidade caminhar.                 Mesmo porque segundo os especialistas o avanço e progresso não se dariam sem a disputa bélica. Triste conclusão!
                A verdade é que o desenvolvimento da ciência surgiu justamente em contraposição à utopia e temos como exemplo as grandes invenções de gênios já considerados desorientados, porém que sobrepujaram o pensamento das pessoas convencionalmente normais e produziram o que jamais se pensou ser possível.
                A partir do momento em que se respeitem as diferenças não há divergência. Uma utopia das mais vigorosas, partindo do princípio que as pessoas costumam ser agressivas quando questionadas.
                O que faz com que o mundo fique realmente de luto, são as rivalidades e preconceitos de qualquer espécie: raças, regiões e exclusões que o homem cria com a fúria do convencionalismo pessoal adquirido no contato de sua personalidade com as leis antinaturais do mundo.
                A união dos povos total e sem discriminação seria uma utopia na qual valeria a pena apostar sonhando com a paz do mundo, com seres humanos dignos de mãos dadas em busca da generosidade, solidariedade natural e humana que deveria caracterizar o planeta em que vivemos. E isso deveria ser acima de qualquer utopia o processo mais vigoroso e fascinante da verdadeira felicidade.

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