COLUNA DE VÂNIA MOREIRA DINIZ
Herança Bendita
Creio que nesse momento e dias de introspecção só Deus esteve comigo. Meu coração precisava do conforto e sentir que eu poderia seguir em frente certa que minha mão dada aos meus irmãos de caminhada estava sendo forte e confortadora.
Estou num trabalho que minha alma identifica desde os seis anos de idade .Mas reconheci que para prestar socorro aos companheiros de estrada precisava inicialmente me encontrar no dia a dia e poder sentir que estava bem. Sem isso poderia atrapalhar os passos de meus irmãos o que me traria uma dor imensa e inconsolável.
Percorri estradas e andei silenciosamente pelos meandros de minha alma, apreciando a beleza da natureza que sempre amei. Mas desta vez com um entusiasmo incomensurável que a força da maturidade me transmitia.
Olhando sem ver, ouvindo sem escutar, andando sem sentir, contemplando sem a consciência exata que poderia conferir opiniões que no momento eu não queria dar. Desejava apenas apreciar e experimentar dentro do meu coração as batidas fortes e vigorosas que me levariam a decisões importantes no caminhar apressado da vida.
As recordações passadas e presentes eram muitas e me via pequenina diante da magnitude do universo pleno e exuberante. Esta sensação me dava a tranquilidade para que eu esperasse até que a onipotência do Senhor do Universo me sussurrasse as palavras que eu precisava ouvir.
As árvores que eu admirava estavam viçosas, as flores coloridas e gentis extremamente aveludadas. Os pássaros voavam em bando usufruindo a liberdade essencial e verdadeira que só eles podem sentir, sabendo que seu espaço não influi nem atrapalha a de seu companheiro.
Absorvi profundamente a verdadeira diferença existente entre o altruísmo dos componentes da natureza e o ser humano que é generosamente recebido como hóspede provisório quando sente pela primeira vez o oxigênio para que possa se manter nesse mundo que ele está galgando sem conhecer a razão intrínseca.
Nós somos tão hóspedes que precisamos de vaidades frágeis, títulos neutros e sem substância, verdades incoerentes, elogios constantes para nos equilibrarmos quando devíamos aspirar a felicidade com a fé dos grandes voos.
Tudo isso passava pela minha cabeça sem que eu tivesse certeza de quem me inspirava, apenas era levada por uma energia envolvente e profunda. Uma energia tranquilizadora e verdadeira. Como se algo tivesse amenizado as feridas e realçado o bem-estar e a felicidade que me dominavam.
Tenho certeza de que aqui, neste planeta, que precisamos urgentemente preservar sem teorias e com amor, não existe o “eu” mas simplesmente o “nós” para que possamos prosseguir sem obstáculos e compreendendo que o espaço é único e vasto, não importa quantos os sobrevoam.
Vim, retornei de um grande voo e compreendi a importância da paz que sinto nesse instante e a certeza da união e da solidariedade no sentido mais amplo e verdadeiro.
Mesmo que hajam rivalidades, disputas, egoísmos, invejas, soberbas a união e paz estarão sempre mais densas e vitoriosas no caminho que estamos percorrendo e sei que aos poucos todos nós compreenderemos essa verdade que será a herança das futuras e mais conscientes gerações. Herança Bendita!
Colunas anteriores:
01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99, 100, 101, 102, 103, 104, 105, 106, 107, 108, 109, 110, 111, 112, 113, 114, 115, 116, 117, 118, 119, 120, 121, 122, 123, 124, 125, 126, 127, 128, 129, 130, 131, 132, 133, 134, 135, 136, 137, 138, 139, 140, 141, 142, 143, 144, 145, 146, 147, 148, 149, 150, 151, 152, 153, 154, 155, 156, 157, 158, 159