JOSÉ NÊUMANNE
Jornalista, editorialista do Jornal da Tarde, comentarista da Rádio Jovem Pan e do SBT, poeta e escritor com diversos livros publicados, entre eles: Solos do silêncio – poesia reunida  e O silêncio do delator, agraciado com o Prêmio "Senador José Ermírio de Moraes", da ABL. Leia novo texto de Ronaldo Cagiano na fortuna crítica do autor e conheça a poesia do colunista, cujo CD agora tem opção de download. Site: http://www.neumanne.com

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Perdoador-geral

Com seu vernáculo trôpego de Odorico Paraguaçu, o prefeito folclórico da fictícia Sucupira da novela e do seriado O bem amado , de Dias Gomes, do cerrado, o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) fez uma defesa considerada fraca tecnicamente pelo presidente nacional de seu partido, Michel Temer (SP). Nem por isso ela foi irrelevante. Em pelo menos um trecho, Sua Excelência produziu uma sutil, mas cabal, definição de como as coisas funcionam aqui. No meio de sua versão, considerada estapafúrdia pelo colega Romeu Tuma (DEM-SP), corregedor, o réu apelou para um argumento decisivo: o de que nunca negou seu apoio às propostas do governo. Ou seja, não interessa se ele cometeu, ou não, um delito que configure quebra do decoro parlamentar. O que está em jogo é sua lealdade de fiel serviçal do governo.

Essa mentalidade de encarar o debate político como um Palmeiras X Corinthians ou Vai Vai X Camisa Verde e Branca, na base do ou está comigo ou está “sem migo”, como diria o jogador Dedeu, do Náutico de Recife, levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a absolver o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), até que se produza prova de sua culpa. Do alto de sua montanha de votos e na crista da onda da popularidade, apesar do Caos Aéreo Nacional e do “me dá um dinheirinho aí” do mano Vavá, o chefe do Executivo incorporou de novo seu papel favorito de “perdoador-geral da República”. E conta para isso com o silêncio cúmplice da oposição, pois o DEM passou 24 horas na presidência do Conselho de Ética do Senado, não indicou o relator, como deveria ter feito, e ainda fingiu disputar a presidência. Argh!

E agora divirta-se um pouco:

Meu pai foi coletor em Santa Rita na Grande João Pessoa, quando Marcus Odilon Ribeiro Coutinho, também conhecido como Intelectual da Várzea ou Povo da Silva, produtor de O país de São Saruê, o célebre documentário de Vladimir Carvalho, era prefeito. Certamente daria boas gargalhadas com estes dois parágrafos do capítulo sobre O professor Thirso, de seu livro Santa Rita de Ontem e Sempre, nos quais ele confunde sem dó e faltando um ene em meu segundo nome com um querido amigo, o Pessoinha, também conhecido como Nicodemos, colunista de folheto de cordel no periódico Caros Amigos, órgão litero-político-cultural da esquerda da Vila Madalena:

Foi aqui, no Ginásio Underwood, por exemplo, que conheci José Pessoa, filho de Antonio Teixeira, que exercia o mandato de Vereador e, posteriormente, se elegeu Prefeito de Santa Rita, em duas eleições.

José Pessoa é, hoje, José Nêumane, que escreve em jornais de São Paulo.

É uma honra ser confundido com o velho Pessoa, da geração do Crispim, do Gonzaga, do Martinho, dos irmãos Japiassu e, sobretudo, de seu conterrâneo de Santa Rita, Biu Ramos, hahaha.

Abração zé nêumanne, chegando do São Pedro no Parque do Povo, em Campina Grande

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