Bárbara Bandeira Benevento 
Carioca,  psicóloga, solteira, 27 anos, trabalhou com deficientes visuais, é sobrinha-bisneta do poeta  Manuel Bandeira.
Leia também seu blog, no endereço: <http://www.amorracional.blogger.com.br>.  Na foto, nossa colunista com Sacha.

  Coluna 124

"Quando se é capaz de lutar por animais, também se é capaz de se  lutar por crianças ou idosos.
Não há bons ou maus combates, existe somente o horror ao sofrimento aplicado aos mais fracos, que não podem se defender".
Brigitte Bardot

“A não-violência nos conduz aos mais altos conceitos de ética, que é o objetivo de toda a evolução. Até pararmos de prejudicar todos os outros seres do planeta, nós continuaremos selvagens”.
Thomas Edison

 
Queridos leitores,

Vocês já pararam para pensar como utilizamos os animais? Para todos os fins, com milhares de justificativas? Volto a repetir: os animais não humanos não são nossos, nós os inserimos aqui e temos, sim, uma tremenda responsabilidade com eles, mas não nos pertencem, não são objetos.

Aprendemos na escola como o boi é bonzinho, por que podemos tirar tudo que vem dele: a carne, a pele, destroçar como se fosse a coisa mais bela e natural do mundo. Mas não é. Se falarmos em crime, em barbárie, em assassinato, temos que falar em todos os sentidos. Achamos que matar uma pessoa é um ato hediondo e tirar a pele, torturar, explorar com requintes de crueldade os animais não humanos é normal ??? Acho que há uma distorção, e muito séria, que precisa ser revista, o planeta está gritando por mudanças urgentes.

Comer carne destrói e incita à violência. No momento, precisamos agir, praticando o desapego. Se você quer ver mudanças reais, comece por você mesmo, parece piegas, mas é a pura verdade. Não espere que os outros tomem providências, comece já.

Pensem comigo: a violência só aumenta, o clima está completamente maluco, áreas devastadas, se quisermos que as outras gerações sobrevivam a isso tudo temos que começar hoje. Leiam a notícia abaixo e vejam como o ser humano não tem limites na sua falta de sensibilidade e crueldade, fiquei extremamente chocada e mais uma vez decepcionada.

Agora mudando de assunto, uma novidade: saí na revista Vegetarianos deste mês, na sétima edição. Fiquei muito feliz com a oportunidade de ter um depoimento meu em uma revista de tamanha importância para a causa em que acredito. Agora, além de escrever esta coluna maravilhosa, que me proporcionou muitos ganhos, tive a alegria de ver uma opinião minha entre tantos artigos e matérias interessantes.

Abraços



Jornal Zero Hora (RS), 27 de abril de 2007


Exposição com vacas causa revolta
Estômago de animais vivos foi mostrado em evento
em Carlos Barbosa

A exposição de duas vacas causou revolta e comoção em visitantes da Expoclara, feira de gado e produtos agrícolas realizada no fim de semana passado em Carlos Barbosa , na Serra.

Os animais, vivos, tinham perfurações de 10 centímetros de diâmetro que possibilitavam ao público visualizar o estômago em funcionamento. O caso está sendo analisado pelo Ministério Público (MP).

Membros da Associação Garibaldense de Proteção Animal (Agapa) receberam informações anônimas e acionaram a Brigada Militar e o MP. Por determinação do promotor Lúcio Flávio Pretto, os animais foram retirados da feira pelos expositores. A presidente da Agapa, Juraci Moro, registrou ocorrência policial contra o presidente da Expoclara, o veterinário Vili Quintino Costa, e solicitou ao MP que tome providências baseado na Lei dos Crimes Ambientais.

Veterinários, produtores rurais e estudantes de três escolas estiveram na exposição. Atendendo a pedido de alunos, a professora Marisa Benincá, do Colégio Santa Rosa, redigiu um documento com oito assinaturas relatando a comoção dos alunos. Os animais estavam expostos para mostrar aos produtores rurais a diferença entre alimentos de baixa qualidade e as rações de uma empresa paulista.

O procedimento cirúrgico foi feito por técnicos da Universidade de Passo Fundo (UPF) sob supervisão do professor Sérgio Cunha. Ele relatou que essa técnica é rotineira em universidades para pesquisa de alimentos e que não causa dor ao animal. Cunha explicou que as duas vacas eram provenientes de descarte de uma propriedade rural e que, depois da exposição, seriam abatidas para consumo humano. O promotor Lúcio Flávio Pretto foi procurado pela reportagem e respondeu, via secretária, que não falaria sobre o caso.


Contraponto 
  

O que diz Vili Quintino Costa, presidente da Expoclara 
Já havíamos visto essas vacas em outra exposição. O pessoal da empresa responsável pelos animais pediu para expô-los e não achamos nada de errado, até porque é um trabalho realizado pela UPF.


Esta coluna é atualizada quinzenalmente, às segundas-feiras
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