Coluna 129
"Quando se é capaz de lutar por animais, também se é capaz de se lutar por crianças ou idosos.Olá queridos leitores,
Hoje trago para vocês um texto da escritora Maria Helena Bandeira, minha mãe, muito bem escrito, sobre a "maravilhosa" raça humana e outro sobre o veganismo (respondendo a perguntas ignorantes a respeito da alface, não desmerecendo a alface, não me levem a mal) e receitinhas retiradas do site Guia Vegano. Aproveitem e sempre pensem: porque somos tão incoerentes a ponto de amarmos uns e comermos os outros. Respeito não é uma questão de escolha, é obrigação e todos gostamos não é mesmo?
Abraços Vegs
O QUE O LEITE TEM A VER COM A VITELA?
"O leite industrializado é um sub-produto da matança de animais. Isso porque o valor que as cooperativas de leite pagam ao produtor é muito baixo, de modo que o preço final ao consumidor seja compatível ao bolso das classes menos favorecidas. Ninguém sobrevive comercialmente somente com o leite. O lucro, então, vem de onde? Dos bezerros machos que são mandados para a engorda e, posteriormente, para o matadouro. Isso implica em que o leite industrializado carrega esse karma embutido nele."
PURUSHATRAYA SWAMI
MÉTODOS SUBSTITUTIVOS À TORTURA DA VIVISSECÇÃO:
Todo ano, no mundo inteiro, centenas de milhões de animais são cortados vivos (vivisseccionados), ou usados das mais diversas formas, em experiências para determinar os níveis de toxicidade de substâncias químicas, para testar teorias na área de psicologia, para treinar estudantes de medicina humana ou veterinária, para testar fármacos, armamentos ou equipamentos de segurança. Assim, tintas são pingadas nos olhos de coelhos, macacos recém-nascidos são tirados de suas mães, cachorros têm seu peito aberto em faculdades de medicina, porquinhos-da-Índia sadios recebem doses absurdas de novas drogas, e porcos servem de alvo para testar novos tipos de projéteis.
Veja os métodos substitutivos para evitar esta crueldade aqui: www.internichebrasil.org
Texto Maria Helena Bandeira
EU
Eu surgi num tempo que se perdeu, na verdade explodi do gelo e me derramei sobre este planeta que iria habitar. Custei a reconhecer sons e cores, meus sentidos, formados em Betelgeuse e cultivados em vários bordeis galácticos, estavam mil graus acima desta coisa pobre.
Mas fazia parte da preparação e me curvei aos preceitos.
Quando irrompi, perdi parte da identidade, vivendo como terreno. Algumas emoções precisavam ser resguardadas na mente invadida e herdei sentimentos do ser que destruí na neve.
Esta foi a parte mais difícil. Em Betelgeuse somos apenas lógica e jogo, nem conheci o tempo em que sensações provocadas por hormônios e sinapses tresloucadas comandavam ações na célula ovo. Não cheguei a viver nada disto e receber tamanha carga irracional quase me fez desistir.
Mesmo tendo sido preparado, foi cansativo. Cheguei a me apaixonar duas vezes o que me deixou envergonhado, outra sensação que jamais imaginara.
Meus colegas de Betelgeuse nada perceberam porque estava fora da sua capacidade entender a paixão. Para eles, tudo que fiz durante aquela época estarrecedora fazia parte do jogo que me trouxera a esta terra.
Nas células ovo o Jogo era a principal atividade cerebral e vital. Tudo dependia de regras e lances aleatórios que disputávamos mente a mente. Quando não havia mais oponentes para nenhum de nós, procuramos novos jogadores nos bordeis galácticos. Embora simplórios, lagartos de Antares se revelaram aplicados em tentar a sorte e focas de Mintaka tinham inteligência promissora.
Logo nos cansamos deles, era fácil demais: máquinas, andróides ou habitantes de qualquer planeta não demonstravam eficiência para nos derrotar, sequer empatar conosco.
Então tentamos este pequeno planeta azul orbitando uma estrela insignificante.
Porque escolher a Terra eu nunca soube. Imagino que as imensas diferenças intelectuais e sensoriais entre nós pareciam desafiadoras. E como o melhor jogador da galáxia, fui designado para cá.
O jogo se mostrou excitante pela ausência de significados interativos. Com o corpo e a mente de um humano acoplado a minha, conseguia entender um pouco a insanidade deles. Mas meus companheiros achavam tudo completamente sem sentido.
Aos poucos, aprendi também a destruir o planeta, diversão a que se atiravam com a mesma energia com que se destruíam mutuamente. Esta última me pareceu uma atividade lógica, uma vez que sendo tão detestáveis, eliminar-se o mais rápido possível era planetariamente eficiente. Só não entendia porque se esmeravam em perseguir e destruir outras espécies igualmente pouco inteligentes, porém menos insensatas. Talvez sua intenção última fosse eliminar completamente a vida na Terra a ponto de impedir que sua raça idiota ressurgisse por um novo acaso do carbono.
Isto eu podia entender. E jogar junto.
Estamos quase completando o ciclo e vencerei de novo porque minha capacidade de destruição é bem maior.
Faltam poucos segundos. Eles parecem indiferentes, o que é estranho para seres emocionais. Mas como são pouco inteligentes talvez nem percebam que perderam.
1....2....3...
Terra, adeus.
Texto do Blog de Gary L. Francione
Tradução: Cláudio Godoy
“E as plantas?” é uma das perguntas mais freqüentes que se faz a um vegano. Na verdade, não conheço nenhum vegano que não a tenha ouvido pelo menos uma única vez e a maioria de nós já ouviu esta pergunta várias vezes.
É evidente que quem costuma fazer esta pergunta sabe muito bem que existe uma diferença entre, digamos, uma galinha e um pé de alface. Ou seja, se no próximo jantar você cortar um pé de alface na frente dos seus convidados, eles reagirão de um modo totalmente diferente se você, ao invés disso, fatiar uma galinha viva na frente deles. Se, ao caminhar em seu jardim, eu pisar de propósito em uma flor, você terá toda razão em se zangar comigo, mas se eu chutar o seu cachorro de propósito, você ficará zangado comigo de uma maneira bem diferente. Ninguém considera estas duas ações equivalentes. Sabemos muito bem que existe uma grande diferença entre uma planta e um cachorro, o que faz com que chutar este último seja moralmente muito mais repreensível do que pisar em uma flor.
A diferença entre um animal e uma planta diz respeito à senciência. Ou seja, os animais não humanos, ou pelo menos aqueles que exploramos rotineiramente, sem dúvida são conscientes de sua percepção sensorial. Criaturas sencientes possuem mentes, logo têm preferências, desejos ou vontades. Isso não significa que as mentes dos animais não humanos sejam parecidas com as nossas. Por exemplo, a mente dos humanos, que fazem uso da linguagem simbólica para interagir com o seu mundo, pode ser bem diferente da mente dos morcegos, que se valem da ecolocalização para interagir com o seu mundo. É difícil saber com precisão. Mas também é irrelevante, pois tanto os humanos quanto os morcegos são sencientes. Ambos são criaturas que possuem interesses, no sentido em que ambos têm preferências, desejos ou vontades. Um humano e um morcego podem pensar de um modo diferente sobre esses interesses, mas não pode haver a menor dúvida de que ambos possuem interesses, inclusive o interesse de evitar a dor e o sofrimento e o interesse de permanecerem vivos.
Já as plantas são qualitativamente diferentes dos humanos e dos outros animais sencientes. Sem dúvida as plantas são seres vivos, mas não são sencientes, pois não possuem interesses. Uma planta não pode ter desejos, vontades ou preferências porque ela não possui uma mente para que possa se ocupar com estas atividades cognitivas. Quando dizemos que uma planta “precisa” ou “necessita” de um pouco de água, não estamos nos referindo ao seu status mental do mesmo modo que não estamos nos referindo à mente de um carro quando dizemos que o seu motor “precisa” ou “necessita” de um pouco de óleo. Trocar o óleo do meu carro pode ser do meu interesse, mas nunca do interesse do carro, pois este não tem interesses.
Uma planta pode reagir à luz do sol e a outros estímulos, mas isso não significa que ela seja senciente. Se eu descarregar uma corrente elétrica em um fio amarrado a um sino, o sino tocará. Mas isso não significa que o sino seja senciente. As plantas não possuem sistemas nervosos, receptores de benzodiazepina ou quaisquer características que estejam relacionadas à senciência. E tudo isso faz sentido do ponto de vista científico. Por que elas teriam a necessidade evolucionária de desenvolver a senciência se elas não podem fazer nada para reagir a um ato danoso? Se você atear fogo a uma planta, ela não poderá sair correndo, ela permanecerá no mesmo lugar até queimar. Agora se você atear fogo a um cachorro, ele reagirá exatamente da mesma forma como você reagiria: ele urrará de dor e tentará se livrar das chamas. A senciência é uma característica que evoluiu em algumas criaturas para que elas pudessem ser capazes de sobreviver ao fugir de um estímulo nocivo. A senciência não teria nenhuma serventia para uma planta, pois elas não podem “fugir”.
Hamburger de Girassol
por Noemi Sawada Shiba
veg-receitas-subscribe@yahoogrupos.com.br
Rendimento: 3 a 6 porções
- 1 xícara de feijão cozido e amassado
- 1 xícara de vegetais cozidos no vapor e picado bem
miudinho (pode ser cenoura, pimentão, brócolis)
- 1/2 xícara de semente de girassol moído
- 1 colher de sopa de semente de abóbora ou semente de
girassol moído
- 1/2 a 3/4 xícara de farinha de quinoa
- 1/2 xícara de cebola picadinha
- 3 colheres de chá de salsinha seca
- 2 a 3 colheres de chá de shoyu
- 1/2 colher de chá de manjericão e dill
- 1/4 a 1/2 colher de chá de sal
Misture todos os ingredientes. Use mais farinha de quinoa se a mistura estiver muito úmida. Molde a mistura em 6 hamburgeres. O hamburger pode ser cozido de 8 a 10 minutos de um lado e 5 a 8 minutos do outro lado. Ou pode ser assado de 25 a 30 minutos. Sirva com o molho de sua prefrência. Pode ser mantido de 3 a 5 dias na geladeira ou eles também podem ser congelados.
Doce
Bolo de abóbora com coco
Fonte: Sociedade Mundo Vegan
2 copos de farinha de trigo branca;
2 copos de leite de soja;
½ copo de óleo;
1 copo de abóbora ralada;
1 copo de coco ralado;
1 copo de açúcar mascavo;
1 colher de sopa de fermento químico em pó;
1 colher de café de bicarbonato de sódio;
1 pitada de sal;
geléia a gosto.
Misture numa tigela a farinha de trigo com o fermento, o bicarbonato, o coco, a abóbora e o sal. Reserve. Pré-aqueça o forno a 180º C. Bata no liquidificador o leite de soja com o açúcar e o óleo. Junte em seguida à tigela da farinha, e mexa energicamente (ou bata com batedeira) até obter uma massa cremosa. Coloque a massa numa fôrma com furo central untada, e asse no forno já aquecido, por aproximadamente 1 hora, ou até estar dourado por cima. Sirva o bolo ainda quente, com geléia a gosto sobre cada fatia.
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