Mito em contexto - Coluna 91
(Próxima: 5/5/2010)
O Cisne
Um conto popular com algumas variantes diz que, certa vez, um caçador avistou três lindas jovens que se banhavam num lago. Eram três cisnes sem seu manto de plumas. O caçador escondeu uma das “vestes”, o que lhe permitiu casar com uma das jovens. O cisne fêmea teve onze filhos e seis filhas, depois retomou sua plumagem e voou, dizendo ao caçador que pertencia ao céu. Disse ainda que, a cada ano, na primavera, quando os cisnes voassem em direção ao norte e, no outono, regressando ao sul, deviam comemorar essa passagem com cerimônias especiais.
O mito de Apolo, deus da medicina e da música, conta que, assim que nasceu, ele foi levado ao país dos Hiperbóreos por cisnes de brancura imaculada. Zeus se transformou em cisne para conquistar Leda depois que ela, fugindo do deus, se metamorfoseou em gansa. Zeus sempre se metamorfoseava pra facilitar suas conquistas e para se esconder da esposa Hera.
Na mesma noite em que esteve com Zeus, Leda também dormiu com seu marido mortal, Tíndaro, rei de Esparta. De acordo com a lenda, Leda pôs dois ovos: de um saíram Castor e Clitemnestra, filhos de Tíndaro; do outro, Pólux e Helena, filhos d e Zeus. Uma variante do mito diz que Nêmesis, deusa da justiça, para fugir da perseguição de Zeus, percorreu o mundo todo até que cansou e se metamorfoseou em gansa. O deus se transformou em cisne e se uniu a ela. Nêmesis pôs o ovo e o escondeu num bosque sagrado. O ovo foi achado por um pastor, que o entregou à Leda. A rainha guardou o ovo e, no devido tempo, nasceram os quatro irmãos.
Helena e Clitemnestra participaram principalmente das lendas relativas à Guerra de Troia. Helena foi raptada por Páris e seu marido Menelau foi a Troia com o marido de Clitemnestra para a guerra que durou muitos anos. Castor e Pólux eram ótimos guerreiros e participaram de aventuras famosas, entre elas a expedição dos Argonautas.
No Extremo Oriente, o cisne é símbolo de nobreza, elegância e coragem. E também símbolo da música e do canto. Uma fábula grega em que os cisnes cantam um música de beleza sobrenatural ao morrer reforçou a associação do cisne à poesia e também à morte. Está ligado à inspiração do bardo na tradição celta e sempre associado ao mundo dos seres espirituais. Um par de cisnes, ligados por uma corrente de ouro ou prata puxa a barca do Sol celta. Por meio dos mitos, o cisne evoluiu para se tornar símbolo romântico de paixão alcançada, poesia e beleza.
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