Solange Firmino

Professora do Ensino Fundamental e de Língua Portuguesa e Literatura do Ensino Médio. Escritora, pesquisadora. Estudou Cultura Greco-romana na UERJ com Junito Brandão, um dos maiores especialistas do país em Mitologia.

Mito em contexto - Coluna 94
(Próxima: 20/6/2010)

A paciência de Hércules

Hércules era filho da mortal Alcmena com Zeus, Senhor do Olimpo. A esposa legítima do deus, Hera, perseguiu Hércules desde que ele era bebê, quando enviou serpentes para matá-lo e ele as estrangulou. Quando Hércules cresceu, Hera mandou uma das Fúrias provocá-lo com uma loucura, fazendo com que matasse a própria mulher e os filhos. O herói seguiu os conselhos do Oráculo de Delfos e serviu ao primo Euristeu como forma de se purificar do crime. O rei era simpatizante de Hera e impôs trabalhos mortais a Hércules, que continuou com Hera no seu encalço.

A primeira tarefa de foi matar o Leão de Nemeia, filho de Équidna, que gerou também a Hidra de Lerna, serpente gigante e cheia de cabeças que foi o segundo trabalho do herói. Quando atacou o leão, Hércules retirou a pele invulnerável do monstro, que passou a ser sua marca registrada nos ombros. Com a cabeça fez uma espécie de capacete. Outro trabalho de Hércules envolvendo um perigoso animal foi caçar e levar viva para Micenas a corça Cerinia.

A corça não podia ser morta, pois era consagrada à Ártemis, deusa protetora dos animais. Tinha a cabeça adornada por chifres de ouro e cascos de bronze, o que a faziam extremamente veloz. Ela nunca se cansava e Hércules nunca a perdia de vista, perseguindo-a pacientemente durante meses por montanhas, rios e florestas da Grécia. No rio Ládon, região da Arcádia, ele finalmente conseguiu alcançá-la. A corça parecia indecisa em atravessar o rio, então Hércules aproveitou a oportunidade para acertar uma flecha entre os tendões e os ossos sem que saísse sangue.

Quando se dirigia para Micenas, encontrou Ártemis, que ficou indignada com a captura da corça. Hércules explicou que precisava capturá-la e mostrou à deusa que o ferimento provocado não era mortal. Ártemis reconheceu a engenhosidade do herói e, vendo que o animal não corria perigo, deixou que ele levasse o animal com cuidado para Micenas.

Esse trabalho mostra que nem sempre o herói precisou de luta para realizar seus trabalhos. Nesse caso, determinação, esperteza e paciência foram suficientes para que ele saísse vitorioso. Após realizar os Doze Trabalhos, Hércules estaria purificado e pronto para usufruir a imortalidade entre os deuses do Olimpo.

 

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