Bárbara Bandeira Benevento 
Carioca,  psicóloga, solteira, 27 anos, trabalhou com deficientes visuais, é sobrinha-bisneta do poeta Manuel Bandeira.
Leia também seu blog, no endereço: <http://www.amorracional.blogger.com.br>.  Na foto, nossa colunista com Sacha.

Coluna 169

"Quando se é capaz de lutar por animais, também se é capaz de se  lutar por crianças ou idosos.
Não há bons ou maus combates, existe somente o horror ao sofrimento aplicado aos mais fracos, que não podem se defender".
Brigitte Bardot

Queridos leitores,

Segue um texto bem escrito sobre um fato corriqueiro na vida dos vegetarianos: os vegetais também sofrem? Um tema bastante polêmico para se debater. Acredito que os vegetais sintam e os respeito, é claro. Mas dizer que são como os animais, já é demais, a não ser que me provem o contrário, cientificamente falando. A falta de informação é um grande problema, pois não estudam para falar de um assunto. E as desculpas para justificar algum ato? Por exemplo, utilizando o humor, para não sentir culpa. Quem come todo tipo de carne e não quer “ver” continuará assim, quem está parando aos poucos, já começou a enxergar mas tem o seu tempo, seu processo e quem já parou sabe de toda a verdade. As vezes é muito difícil abandonar certos hábitos e prazeres, mesmo que ali estejam incluídos sofrimento e morte. É uma pena que certos humoristas não respeitem os animais, nem os humanos que optaram por outra forma de vida e alimentação. Hoje o que comemos é escolha, pode ser que no futuro, todas as nossas “escolhas” sejam baseadas no respeito e consciência.

Fonte: http://www.anda.jor.br

Holocausto vegetal: era pra rir?

Paula Schuwenck

11 de novembro de 2011

No telefone, me perguntaram: “você viu que o Léo Lins fez um documentário falando sobre a morte dos vegetais, para debochar com o vegetarianismo?”. Minha primeira resposta foi: quem?

“Léo Lins, um dos integrantes do programa ‘Agora é tarde', do Danilo Gentilli.”

Cheguei a assisti-lo em uma sessão de stand-up, mas até lá ele foi insignificante, tanto que o nome passou completamente despercebido. Fui para o google e, depois, para o youtube, onde pude assistir ao documentário, se é que pode ser considerado um, intitulado “holocausto vegetal”.

Se você é vegetariano, é bastante provável que já tenha ouvido o termo “holocausto animal”, frequentemente usado em campanhas de conscientização e grupos ativistas que debatem assuntos como veganismo e crueldade com animais. A inversão de palavras – animal para vegetal – já foi usada outras vezes, em blogs a favor do consumo de carne e até em comunidades de redes sociais, como o quase pré-histórico Orkut.

Léo Lins fez uma sátira bem mambembe de documentários que mostram abates de animais, em tom de vídeo-reportagem com falas surreais, como essa: “a crueldade humana não tem limites. Você já ouviu falar da cenoura baby? Arrancadas do seio da mãe natureza na sua tenra infância, as mini cenouras, com apenas semanas de vida, são devoradas sem o menor remorso. Uma verdadeira pedofilia vegetal.”

Sem ter argumentos que rendam boas piadas, o vídeo chega a pecar na edição. Ao fazer menção a um trabalhador que garante seu sustento por conta do consumo de vegetais, na feira ele é um senhor de cabelos brancos, porém, na cena seguinte, em uma cozinha, ele é um jovem de cavanhaque, óculos escuros e facão em punho, que pica cebolas sem dó nem piedade. Nítida referência vinda dos açougueiros e de quem sobrevive da carnificina. Isso nos mostra que, até na suposta brincadeira, a realidade é cruel.

Sempre que vejo críticas – ou tentativas malfeitas como essa, sobre o vegetarianismo, me recordo imediatamente que isso só acontece porque, hoje, já somos muitos. Fazemos barulho, crescemos, aparecemos e, consequentemente, incomodamos. E, com a apelação do humor, tão avassaladora quanto o número de artistas que tentam fazer graça onde só há falta de bom senso, cada vez mais vamos nos deparar com passagens banais como o “holocausto vegetal”.

Se esconder atrás da liberdade de expressão, da licença poética e da comédia democrática, onde tudo é válido, nada mais é que falta de criatividade.

Para assistir ao Léo Lins novamente, sem pré-conceitos bem definidos, eu digo: agora é tarde.


Esta coluna é atualizada mensalmente, dia 19.
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